Justiça Federal do Paraná aceita denúncia contra quatro ex-deputados

Ao todo, denúncia foi aceita contra 13 investigados na Operação Lava Jato

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Ao todo, denúncia foi aceita contra 13 investigados na Operação Lava Jato

A Justiça Federal do Paraná aceitou denúncia contra 13 pessoas investigadas na Operação Lava Jato. Entre elas, quatro ex-deputados.

As denúncias aceitas na segunda-feira (18) são as primeiras em que políticos se tornaram réus na Operação Lava Jato. Todos são ex-deputados federais.

André Vargas, que era do PT e está sem partido, Luiz Argôlo, afastado do Solidariedade, Pedro Corrêa, ex-Partido Progressista, e a filha dele, Aline Corrêa, do mesmo partido.

Vargas teria recebido propina em contratos de publicidade da Caixa Ecônomica Federal e do Ministério da Saúde. Os investigadores encontraram indícios de que Argôlo e Pedro Corrêa receberam dinheiro ilegal do doleiro Alberto Youssef.

Os três ex-parlamentares estão presos e vão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A ex-deputada Aline Corrêa vai responder por peculato.

Na segunda (18), o juiz Sérgio Moro ouviu seis pessoas no processo que teve origem na 10ª fase da Operação Lava Jato. São 20 réus. Entre eles o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

O executivo Eduardo Leite, da Camargo Corrêa, confirmou que Vaccari teria cobrado propina na forma de doações oficiais ao Partido dos Trabalhadores.

Dalton Avancini, da mesma construtora, explicou que havia uma manobra acertada entre os integrantes do suposto cartel para garantir a vitória de cada empreiteira em licitações da Petrobras.

“A empresa que era definida como vencedora estabelecia qual era o valor que as outras deveriam entrar abaixo, quer dizer, isso ficava a critério de cada empresa como ela resolvia isso”, ex-executivo da Camargo Corrêa.

Na segunda-feira (18), também com base em investigações da Lava Jato, o Supremo Tribunal Federal autorizou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do senador Fernando Collor de Mello, do PTB de Alagoas.

O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República. Os dados que vão ser analisados são do período entre janeiro de 2011 e abril de 2014.

Collor é suspeito de ter recebido propina de R$ 3 milhões em negócios da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras.

Em uma rede social, o senador Fernando Collor afirmou que está pronto para novamente enfrentar e provar que nada a tem a ver com o esquema criminoso.

O advogado de João Vaccari Neto disse que o ex-tesoureiro do PT nunca tratou de propina com nenhum empreiteiro e que o contato com executivos era para obter doações oficiais ao partido, o que fazia parte da sua função.

O PT informou que todas as doações recebidas pelo partido ocorreram dentro dos parâmetros legais e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral.

O Jornal da Globo não conseguiu contato com os advogados de André Vargas, Luiz Argôlo, Pedro Corrêa e Aline Corrêa.

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