Galvão Engenharia, investigada na Lava Jato, pede recuperação judicial
A empresa nega que tenha participado no cartel para fraudar contratos da Petrobras
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A empresa nega que tenha participado no cartel para fraudar contratos da Petrobras
A Galvão Engenharia, uma das empresas investigadas na Operação Lava Jato, entrou com pedido de recuperação judicial, alegando que a situação financeira se agravou depois de tomar calotes, entre eles da Petrobras.
No pedido enviado na quarta-feira (25), a empresa afirmou que o seu desempenho foi afetado pela incapacidade de alguns clientes pagarem obras já executadas. Em nota da assessoria de imprensa, a Galvão diz que um dos principais clientes inadimplentes é a Petrobras.
A empresa também cita como motivo a retração do crédito para o setor, fortemente impactado pela Operação Lava Jato. A Galvão Engenharia nega que tenha participado no cartel para fraudar contratos da Petrobras.
Um dos diretores da empresa, Erton Medeiros da Fonseca, está detido desde novembro do ano passado. Ele é um dos acusados que foram levados para uma prisão na Região Metropolitana de Curitiba.
Para lá ainda serão transferidos outros presos, entre eles Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras. Uma nova prisão preventiva dele foi decretada pela Justiça Federal do Paraná.
Segundo o juiz Sérgio Moro, surgiram mais provas a respeito dos crimes pelos quais Fernando Soares foi denunciado e novas provas sobre outros crimes de que ele teria participado. Como, por exemplo, a denúncia de que Baiano pagou propina a parlamentares para para barrar as investigações de uma CPI sobre a Petrobras no senado em 2009.
O então presidente do PSDB, Sérgio Guerra, falecido no ano passado, teria recebido R$ 10 milhões. O advogado de Fernando Soares criticou a decisão do juiz. “Não se sabe que provas são essas, e essas provas nao podem existir porque os fatos jamais existiram como imagina tenham acontecido o juiz notoriamente perseguidor do acusado”, diz o advogado Nélio Machado.
Na quinta-feira (26), o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, será ouvido como testemunha de defesa em uma audiência da Operação Lava Jato, que tem entre os réus o lobista Fernando Soares e o ex-diretor da estatal Nestor Cerveró. O depoimento de Sérgio Gabrielli será por videoconferência.
O juiz Sérgio Moro disse que não pretende se pronunciar fora dos autos.
O PSDB declarou que apoia as investigações sobre o que considera ser o maior escândalo de corrupção da história do Brasil.
Durante a exibição da reportagem sobre o pedido de recuperação judicial da Galvão Engenharia, a empreiteira disse que a Petrobras estava inadimplente. A Petrobras entrou em contato com o Jornal da Globo para dizer que está em dia com as suas obrigações contratuais.
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