Fernando Collor critica atuação do procurador-geral da República
Na visão do senador, a estratégia é jogar a população contra
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Na visão do senador, a estratégia é jogar a população contra
Ao discursar no Plenário, na tarde desta segunda-feira, o senador Fernando Collor (PTB-AL) criticou a atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo o senador, Janot tem promovido “a todo custo e com desfaçatez” um modelo justiceiro de atuação do Ministério Público (MP), que tem sido colocado como o grande pedestal da moralidade pública e como o mais elevado altar da ética institucional. Collor também criticou o fato de Janot ter compartilhado uma foto de um cartaz que o identificava como um “salvador da Pátria”.
— A pátria do Ministério Público? A dos procuradores? Ou a dele mesmo? — questionou o senador, dizendo que a atitude é apenas uma tentativa de iludir.
Collor disse que, de acordo com informações que tem recebido, Janot vem falando que já estariam prontas as denúncias que vai apresentar como desdobramento da operação Lava-Jato — antes mesmos das conclusões das diligências e das investigações iniciais. Para o senador, o fato é “gravíssismo, sob todos os aspectos”, já que a operação da Polícia Federal ainda não foi concluída.
— O fato é que o ilegal conceito do pré-julgamento já está arraigado em sua covarde essência e em seus ilegítimos propósitos — afirmou.
Na visão do senador, a estratégia de Janot é jogar a população contra os supostos envolvidos, sem aos menos lhes dar a chance de defesa. Collor disse que este não é o exemplo que “o chefe maior do Ministério Público deve demonstrar”. Para o senador, setores do MP tentam se constituir como mais um poder da Nação e Janot vem se considerando como “um arremedo de presidente da República”.
— O processo de empoderamento deste órgão verificado nas duas últimas décadas tem se revelado uma ameaça à própria governança do país. É um perigo republicano real — registrou o senador, acrescentando que o comportamento desvirtuado de alguns procuradores compromete a atuação do órgão como um todo.
De acordo com Collor, também merecem críticas atitudes do MP como a tentativa de instituir política de governo e a tentativa de legislar. O senador também lamentou que muitos setores da imprensa incentivem esse comportamento do MP e disse que Janot não tem estatura moral nem estrutura emocional para conduzir um órgão tão importante com a isenção e a altivez necessárias.
Ação politizada
Fernando Collor também destacou um texto do vice-procurador geral eleitoral, Eugênio José Guilherme de Aragão. Em seu texto, o procurador critica a tentativa do MP em interferir na governança do país. O artigo também pede mais diálogo ao MP e cita que os políticos, eleitos pelo voto, estão legitimados como os verdadeiros representantes do povo. Para Aragão, o MP não tem o monopólico do espírito público e deveria evitar a ação politizada.
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