Brasil tem 663 barragens de rejeitos, diz especialista
Especialista português evitou comentar diretamente o caso ocorrido em Mariana no último dia 5 de novembro
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Especialista português evitou comentar diretamente o caso ocorrido em Mariana no último dia 5 de novembro
O Brasil tem 663 barragens de contenção de rejeitos de mineração e 295 barragens de resíduos industriais. Só em 2008, houve 77 rompimentos de barragens no país, embora a maioria dos casos tenha ganhado pouca repercussão.
As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (25) pelo engenheiro português Ricardo Oliveira, um dos maiores especialistas do mundo no assunto, citando dados da Agência Nacional de Águas (ANA), referente ao número de barragens.
Professor titular da Universidade de Lisboa, Oliveira deu palestra no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro sobre a segurança de barragens e os reflexos sociais e ambientais.
O engenheiro evitou comentar diretamente o caso do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, de responsabilidade da Samarco, mas, segundo ele, ao se promover a elevação da barragem, necessariamente deve haver um estudo global que envolva também as fundações da construção.
Para Oliveira, em 30% dos acidentes com barragens, o problema é a ruptura das fundações. “É preciso refazer a análise de estabilidade do pacote barragem-fundação”, disse para uma plateia formada principalmente por engenheiros.
O especialista mostrou dados sobre as principais barragens que colapsaram no Brasil desde 1954. Dentre esses casos, totalizando 19 acidentes, seis rompimentos aconteceram em Minas Gerais, de 1985 até hoje, envolvendo justamente barragens de rejeitos de mineração, como a de Mariana. “Pode ser, eventualmente, o fato de ter havido menos cuidado na manutenção”, afirmou.
Segundo Oliveira, somente há pouco tempo a legislação federal obriga a estudos sismológicos na construção de barragens, pois antigamente havia o conceito de que o Brasil era um país livre de tremores de terra, o que hoje já não é aceito.
“O que se dizia era que o Brasil não era um país sísmico. Só que ele tem sismicidade. Não destrói uma barragem se ela tem em conta essa ação sísmica adicional. Mas se a estrutura não está dimensionada para aguentar aquela sobre força que está fazendo o sismo, ela pode se romper”, disse.
A barragem do Fundão se rompeu na tarde do último dia 5, vazando cerca de 50 milhões de metros cúbicos de lama formada por óxido de ferro e areia. Os rejeitos destruíram o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. Até o momento, oito vítimas foram identificadas, quatro corpos aguardam identificação e há 11 pessoas desaparecidas. A lama desceu pelo Rio Doce e chegou ao mar, no litoral do Espírito Santo, causando um grave dano ambiental.
Notícias mais lidas agora
- Pais são presos após bebê de 2 meses ser queimado com cigarro e agredido em MS
- VÍDEO: Moradores denunciam mulher por racismo e homofobia em condomínio: ‘viadinho’
- Semadur admite que constatou irregularidades em bar que virou pesadelo para moradores no Jardim dos Estados
- Dono de espetinho preso por vender carne em meio a baratas e moscas é solto com fiança de R$ 1,4 mil
Últimas Notícias
Corpo é encontrado entre forro e telha de igreja em obras em MS
Polícia suspeita que vítima tenha morrido eletrocutada
Câmara aprova orçamento de R$ 6,8 bilhões para Campo Grande em 2025
Projeto da LOA com 557 emendas foi votado nesta quinta-feira (12) em duas sessões
Reitora da UFMS é empossada pelo ministro da educação
Camila Brandão discursou no evento representandos os reitores das universidades federais
VÍDEO: Bombeira passa por trote com banho de óleo queimado após virar comandante em MS
Capitã não foi poupada em trote que é tradição no Grupamento de Operações Aéreas
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.