Política quando vem do berço com DNA e bons exemplos, comportamentos e valores

Por Aristóteles Drummond

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Aristóteles Drummond

Há mais de 150 anos a humanidade conhece os estudos de Gregor Mendel, grande sábio, que definiu a transmissão de uma geração para outra de características de comportamento e valores, que o fez ficar conhecido como “pai da genética”.

Ficou assentado que realmente existe o fator hereditariedade na formação das pessoas, certamente com maior evidência quando o herdeiro conheceu a personalidade dos pais e avós e teve admiração, além de estima.

A Lei de Mendel se aplica muito na vida pública, em que muitos nascem em ambiente político, conhecendo e absorvendo valores a serem aplicados. Explica a presença de famílias com muitos membros na mesma atividade, sendo o setor público talvez o mais conhecido.

No Brasil contemporâneo, são muitos os exemplos. O mais atual é o do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que herdou a discrição do pai e a firmeza de opinião e espírito público do avô, cujo nome carrega e honra. A origem de sua impermeabilidade às pressões que recebe para alterar a orientação que julga mais correta na política monetária certamente tem esta origem genética. O avô nunca se deixou abater pelo patrulhamento das esquerdas e morreu consagrado em sua sabedoria. Até FHC, “progressista”, de esquerda, decretou luto oficial quando de sua morte.

Mas a lista é enorme. O badalado presidente da Câmara, Arthur Lira, tem no pai, senador Benedito Lira, a origem da habilidade e da sensibilidade para o trato da política. O deputado Aécio Neves, entre os mais relevantes pela experiência no Congresso Nacional, é filho de deputado, Aécio Cunha, neto pelos dois lados também de deputados, Tancredo Neves e Tristão da Cunha. Outro parlamentar mineiro, Lafayette Andrada, é da oitava geração Andrada no Parlamento brasileiro. O pai, Bonifácio Andrada, teve mais de dez mandatos.

A tranquilidade nas sucessões monárquicas através de história pode se justificar pela lei da hereditariedade, pois os herdeiros foram criados para governarem dentro dos padrões de seus maiores. São raros os casos de desvio comportamental.

O instinto popular tem feito pelo voto essa presença na nossa política. O presidente Collor de Mello é filho do senador Arnon de Melo, assim como jovens militantes na política carregam fortes laços, como Cristiano Beraldo, que das redes sociais vai ganhando terreno em Minas e no resto do país. É neto de Bilac Pinto e sobrinho-bisneto do presidente Delfim Moreira, assim como o primo Bilac Pinto e o tio do mesmo nome, ambos da bancada mineira na Câmara dos Deputados. E um dos mais antigos parlamentares da bancada mineira é Paulo Abi-Ackel, filho de outro grande político, lembrado como um dos maiores tribunos de sua geração, o notável e admirável Ibrahim Abi Ackel. O Rio tem hoje como referência de espírito público Antonio Gaudêncio de Queiroz, presidente da FECOMERCIO, herdeiro do pai parlamentar de que quem hora o nome.

E, por fim, está na Câmara dos Deputados, na bancada paulista, o herdeiro pela Lei de Mendel do que de melhor existe na memória popular e histórica do Brasil, o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança.

O compromisso com os maiores impõe responsabilidade.