Fiocruz fabricará remédios contra HIV e hepatite C para ofertar no SUS
Deverá gerar economia
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Deverá gerar economia
O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), firmou parcerias para produzir medicamentos contra a hepatite C e o HIV. A fabricação nacional desses produtos, considerados estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), deverá ainda gerar economia para os cofres públicos, uma vez que atualmente o país precisa adquiri-los no exterior.
Segundo o diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça, essas parcerias fazem parte de uma política que busca fortalecer a produção nacional e absorver tecnologia para dentro do país. Para Mendonça, a iniciativa permitirá também aumentar o acesso da população ao tratamento e à prevenção de doenças.
“O alto custo dos medicamentos pode levar a um problema de abastecimento, e a importância de um laboratório público é justamente esta: fornecer sustentabilidade para o SUS, reduzindo o preço e mantendo a qualidade dos produtos. Estamos propondo um economia média, em cada medicamento, de algo em torno de 40% a 60% do valor atual. Ou seja, o governo gastaria aproximadamente 50% menos do que hoje com esses produtos”, calculou.
Três dos medicamentos que serão desenvolvidos são antivirais voltados para o combate à hepatite C: Simeprevir, Daclastavir e Sofosbuvir. Este último vem contribuindo para a cura de muitos pacientes e reduzindo a demanda pelo transplante de fígado. “O Sofosbuvir é um medicamento que vem revolucionando o tratamento da hepatite C e substituindo alguns produtos antigos”, disse Mendonça.
Farmanguinhos também produzirá o imunossupressor Everolimo, usado para evitar a rejeição de órgãos transplantados e considerado essencial em diversos casos. Em novembro do ano passado, um levantamento da Associação Brasileira de Transplantados mostrou que, em sete estados, havia falta de um dos três remédios mais usados após transplantes, entre eles o Everolimo.
PrEP
O quinto medicamento que será produzido em Farmanguinhos é a pílula antirretroviral baseada nas substâncias Emtricitabina e Tenofovir. Difundido no mercado sob a marca Truvada, da empresa norte-americana Gilead, o remédio é usado na profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV. O Brasil foi pioneiro na América Latina ao adotá-lo como política de saúde, com sua distribuição para grupos específicos considerados chave para o combate à Aids a cargo do SUS. Nesses grupos, estão homens que fazem sexo com homens, gays, pessoas trans, profissionais do sexo e casais em que um membro é soropositivo e o outro, não.
A prescrição e o uso das pílulas, que deve ocorrer diariamente, depende de acompanhamento médico. Especialistas alertam que o método deve ser usado em combinação com outras medidas e que os usuários da PrEP não devem abrir mão do uso de preservativos.
Acordos
As parcerias envolvem tanto empresas da indústria farmacêutica como da indústria farmoquímica, que serão responsáveis pela fabricação e nacionalização do princípio ativo dos medicamentos. Os acordos têm duração de cinco anos e, nos quatro primeiros, a produção fica a cargo dos laboratórios dos parceiros. Em 2022, metade da demanda passa para as instalações de Farmanguinhos, que assumirá a produção integral ao fim dos acordos. As empresas envolvidas são Blanver, CYG, Microbiológica e Libbs.
A expectativa é que, já no segundo semestre deste ano, a produção nacional do Sofosbuvir, do Everolimo e da pílula da PrEP seja distribuída pelo SUS. O Simeprevir e Daclastavir devem estar disponíveis no ano que vem.
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