Afastados do TCE-MS, Waldir e Iran se tornam réus em ação que pede devolução de R$ 100 milhões
Justiça aceita denúncia contra ex-presidentes da Corte por lavagem de capitais e fraude em licitação
Gabriel Maymone –
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Ex-presidentes do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul), os conselheiros afastados Waldir Neves Barbosa e Iran Coelho das Neves se tornam réus em mais um processo de corrupção, acusados pelos crimes de lavagem de capitais e fraude em licitação.
Desta vez, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, aceitou denúncia do MPMS (Ministério Público de MS) em ação por improbidade administrativa que pede a devolução de R$ 100 milhões por fraude ao contrato com a empresa Dataeasy.
Vale ressaltar que Waldir e Iran estão afastados do cargo, juntamente com Ronaldo Chadid, desde dezembro de 2022, por corrupção, quando a PF (Polícia Federal) deflagrou a Operação Terceirização de Ouro. Desde então, os três também permanecem sob monitoramento de tornozeleira eletrônica.
Assim, em decisão proferida na quinta-feira (30), o magistrado ressalta que depoimentos de testemunhas e a juntada de provas documentais reforçam os crimes citados. “Instruída referida peça com documentos que contém indícios suficientes da veracidade dos fatos“, destacou.
Então, admitiu a denúncia e determinou o trâmite da ação. “Citem-se os requeridos para apresentarem contestação no prazo comum de 30 dias“, determinou o juiz.
Além dos dois conselheiros afastados, também se tornaram réus o sobrinho – e assessor – de Waldir, Willian das Neves Barbosa Yoshimoto e o ex-diretor administrativo do TCE-MS, Parajara Moraes Alves Júnior. Veja os demais acusados:
- Aben Keller Rodrigues Alves: representante da empresa Hepta, que teria apresentado cotações e proposta na licitação vencida pela Dataeasy.
- Douglas Avedikian: ex-diretor de planejamento estratégico do órgão – exonerado em dezembro de 2024.
- Marcelino de Almeida Menezes: assessor de Waldir.
- Murilo Moura Alencar: empresário e sócio da Dataeasy.
- Paulo Antonio Morandi de Queiroz: funcionário da Dataeasy.
- Rafael Manella Martinelli: diretor da Redspark Technology, que atestou prestação de serviços da Dataeasy ao TCE-MS.
- Ricardo da Costa Brockveld: diretor corporativo da Dataeasy.
- Ricardo Murilo Pereira do Monte: empresário que participou do procedimento licitatório.
- Rolando Moreira Lima Bonaccorsi: funcionário da Dataeasy.
- Ronaldo Solon de Pontes Teixeira Pires: funcionário da Dataeasy.
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Conselheiros afastados do TCE-MS
Em 8 de dezembro de 2022, a PF deflagrou a Operação Terceirização de Ouro, um desdobramento da Mineração de Ouro, realizada em junho de 2021. Com apoio da Receita Federal e CGU (Controladoria-Geral da União), foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e mais quatro cidades brasileiras.
As investigações apontaram uso de pessoas jurídicas vinculadas à participação no certame para contratação de empresas com licitações fraudulentas. Assim, entre as estratégias utilizadas para vencer as licitações estava a agilidade na tramitação do procedimento.
Além de exigência de qualificação técnica desnecessária ao cumprimento do objeto. Por fim, faziam contratação conjunta de serviços completamente distintos em um mesmo certame e apresentação de atestado de capacidade técnica falsificado.
Um dos contratos investigados, com a Dataeasy Consultoria e Informática, supera R$ 100 mil. A corte suspendeu os pagamentos à empresa após a operação e, ao fim do termo, encerrou o vínculo.
Operação Casa de Ouro
Operação Casa de Ouro deflagrada no dia 10 de julho de 2024, em Campo Grande, mirava combater organização criminosa especializada em fraude de licitações e desvios de recursos públicos. Ação cumpriu 7 mandados de busca e apreensão na Capital em imóveis ligados a empresários.
A Operação foi deflagrada pela Polícia Federal, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Ministério Público Federal. A Operação Lama Asfáltica e as Operações Mineração e Terceirização de Ouro identificaram a organização criminosa.
Os mandados de busca e apreensão visam demonstrar a existência de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. A PF busca a confirmação de transações imobiliárias ocultas, bem como movimentações financeiras envolvendo terceiros.
A Casa de Ouro trata-se da 3ª fase da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em junho de 2021. Ela decorre das investigações para apurar a prática de corrupção e lavagem de dinheiro, com envolvimento de conselheiros do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado).
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