Parentes de Hugo Neves Ferreira, morto na noite do dia 14 no Bairro Aero Rancho por populares que o confundiram com estuprador pedem justiça.

A mulher da vítima, Denise Carvalho dos Santos Ferreira, de 41 anos, contou que estava casada com Hugo há 14 anos. Eles tiveram duas filhas, uma de 12 e outra de 8 anos. As meninas estão muito abaladas com a morte do pai.

A família mora em uma edícula, no fundo da casa do pai de Hugo, o pedreiro Bruno de Oliveira Ferreira, de 66 anos. Bruno lembra encontrar seu filho machucado no meio da rua, depois de ter sido agredido por populares e socorrido por conhecidos que estavam em um bar e reconheceram a vítima.

O pai de Hugo está inconformado com o homicídio de seu filho e quer que os agressores sejam identificados e punidos. “Foi uma injustiça que cometeram com meu filho”, diz Bruno.

Até o momento, ninguém sabe dizer quem foram os agressores. A mulher de Hugo contou que ele ficava agressivo quando bebia e que eles se desentendiam e brigavam, mas que ele nunca a agrediu gravemente e que a morte dele foi uma injustiça.

A mãe da vítima, Rosa Tacian Correa, de 60 anos, mora em Corumbá e veio para Campo Grande para o velório do filho. Ela diz que apesar de morar longe, sabe que Hugo não merecia isso e que também quer que a justiça seja feita e que os agressores sejam punidos.

O caso

Hugo foi morto na noite de quarta-feira (14) após um desentendido.

Ele tinha discutido com sua mulher e estava embriagado. O pai de Hugo conta que ele pulou o muro da casa, caindo na casa da vizinha, que é sua irmã e, por algum motivo, ele pulou o portão da casa dela, que tinha grades.

No momento, a calça e a cueca de Hugo ficaram presas no portão e ele perambulou até um terreno baldio. A moradora da casa ao lado do terreno, na Rua Expedicionário Alcindo Jardim Chagas, viu o homem praticamente nu e gritou por seu marido, que agrediu Hugo com uma barra de ferro.

A vítima ainda tentou correr, mas foi detido por populares que continuaram as agressões. Algumas pessoas que estavam em um bar reconheceram Hugo e o socorreram. Os bombeiros e a polícia foram chamados, mas a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

O corpo de Hugo está sendo velado na Assembleia de Deus, na Avenida Graciliano Ramos, no Aero Rancho. O sepultamento será às 13h30 no Cemitério do Cruzeiro.