O PT segue sem definição para a pré-candidata à Prefeitura de Campo Grande. Sem principais lideranças, a plenária deste sábado (23) terminou sem um nome em consenso dentro do partido para as Eleições de 2024.

Além da deputada federal Camila Jara, a advogada Giselle Marques e a professora Bartolina Catanante têm interesse no pleito pelo Executivo de Campo Grande. Após impasse e reunião nos bastidores da plenária, foi decidida a criação de um ‘projeto de mulheres’.

Segundo o grupo, o projeto será prioridade e a definição de um nome virá depois. O PT já havia adiantado que levaria o nome de Jara em resolução na plenária deste sábado (23).

Contudo, nesta manhã, as três que se mantêm na disputa interna teriam se reunido em padaria local. A conversa se estendeu até o gabinete da vereadora Luiza Ribeiro, na Câmara de Campo Grande, local da plenária.

A plenária contou com a participação dos deputados estaduais Pedro Kemp e Gleice Jane, além da vereadora Luiza Ribeiro. Principais lideranças do MS, o deputado federal Vander Loubet e o deputado estadual Zeca do PT, não compareceram ao evento.

Segundo o presidente estadual do PT Vladimir Ferreira, Zeca tem um compromisso em Porto Murtinho neste sábado (23) e o deputado Vander assume vaga no Parlasul.

Sem disputa prévia no PT

Após a plenária, a advogada Giselle Marques afirmou que não haverá disputa preliminar dentro do partido. “Na reunião ficou conversado que não disputaremos prévias. Teremos uma unidade que vamos construir com projeto”, explicou.

Porém, admitiu que havia impasse entre as interessadas. “A grande diferença é que antes havia uma limosidade e agora construímos uma unidade. Não iremos para as prévias e vamos definir um dos quatro nomes”, disse.

A advogada citou quatro nomes, pois a professora Eugênia Portela foi convidada para integrar o grupo responsável pelo projeto. Eugênia desistiu da pré-candidatura na véspera da plenária, nesta sexta-feira (22).

“Devido às situações ela tinha recuado, mas a chamamos de volta é um processo feminista e ela precisava voltar pra participar”, afirmou Giselle.

Enquanto para Camila Jara, a decisão é parte da coletividade das mulheres. “Nenhuma construção é feita individualmente dentro do partido”, disse.

Assim, informou que o entendimento foi consensual entre as interessadas. “A gente entendeu que Campo Grande precisa de um projeto de várias vozes, para várias vozes para que consiga construir Campo Grande. A vontade das quatro foi suprida”, afirmou Camila.

Prazo

Segundo o presidente estadual do PT Vladimir Ferreira, não houve rixa no caminho até a decisão do projeto. Ele disse que as petistas “não tem inimizades” e que vão trabalhar com ‘união’ para construir o projeto.

O diretório não deve apressar a definição, já que, segundo Vladimir, eles possuem até o final de outubro para lançar o pré-candidato oficial. “Trabalhamos com a perspectiva de que até o final de outubro a gente anuncie, talvez antes. Temos até o dia 29 de outubro para encerrar o processo das plenárias. É o que a direção nacional tá orientando”, disse o presidente estadual do PT.

Quatro nomes para Campo Grande

Com diversas reuniões de executiva municipal, o PT enfrenta o processo de disputa acirrada para pré-campanha à Prefeitura de Campo Grande. No início, quatro mulheres se interessaram pelo pleito da Capital.

As candidatas Giselle, Eugênia e Bartolina participaram de alguns encontros. Portanto, cobraram a presença da deputada federal Camila Jara nas reuniões do PT. Por ‘conflito de agendas’ a parlamentar não participou das reuniões.

No último dia 20 de setembro, Giselle Marques emitiu uma nota após o PT de Campo Grande colocar o nome da deputada para aprovação ou não em plenária deste sábado (23).

Giselle afirmou que “cabe à base e à militância partidária analisar essa decisão, democratizando o debate e propiciando que os filiados e militantes também participem dessa escolha, mediante as prévias, como tem sido a prática histórica do maior partido operário da América Latina”.

O número caiu para três interessadas nesta sexta-feira (23), quando a professora Eugênia Portela deixou a disputa interna. Portela disse que após uma reunião com a Setorial de Combate ao Racismo, abdicou da pré-candidatura pela majoritária em prol da unidade negra.

“Acredito que o PT está em um momento favorável para conduzir a campanha até 2024, e a candidatura de duas mulheres negras gerou debates essenciais sobre o racismo estrutural. Continuarei lutando pelo respeito às mulheres e candidaturas negras no partido, além do cumprimento da lei de cotas e financiamento das campanhas”, disse.