O Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul), emitiu um alerta na manhã deste domingo (19) depois do atentado contra policiais penais, que estavam nas torres do Presídio Jair Ferreira de Carvalho, conhecido como Máxima, em Campo Grande.

No alerta, o sindicato fala para os policiais penais redobrarem a cautela e pede resposta imediata da Sejusp (Secretaria de Estado e Justiça de Mato Grosso do Sul) e da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). Confira o alerta na íntegra:

“O SINSAP informa que há suspeita de um atentado ocorrido contra policiais penais na noite de sábado, 18 de maio, na Unidade de Segurança Máxima. Em função desse incidente, o SINSAP exige uma resposta imediata da SEJUSP e da AGEPEN, visando a segurança de todos os servidores.

É crucial que todos os policiais penais e demais servidores fiquem atentos e redobrem a cautela. O sindicato está comprometido em acompanhar o caso de perto e exigirá medidas efetivas para prevenir novos incidentes.”

Na madrugada, um bandido foi morto em confronto com policiais do Batalhão de Choque depois de uma tentativa de arremesso de celulares para dentro da Máxima. Cerca de 10 disparos foram feitos contras os policiais penais. 

O confronto

Os policiais foram chamados para atender a ocorrência contra agentes policiais penais. No local, foram informados que alguns indivíduos efetuaram cerca de 10 disparos contra os agentes. Quando indagados sobre as características dos criminosos, relataram que um deles usava uma camiseta, de cor vermelha. 

Durante as buscas pelos autores, os policiais encontraram uma pessoa transitando a pé na Rua Adventor Divino De Almeida. Eles se aproximaram para realizar uma abordagem. Após alguns metros, os policiais foram surpreendidos por dois tiros e revidaram. 

Foi solicitado apoio da Rotac (Rondas Ostensivas Táticas e Ações de Choque), que encaminhou o ferido para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Nova Bahia, onde foi constatado o óbito. A perícia recolheu do local dois celulares envoltos em espuma e fita adesiva de cor verde, “característico aos lançados para o interior do presídio”. Também foi recolhida uma uma arma, tipo revólver, de cor clara calibre 38 contendo 4 munições intactas e 2 deflagradas.

Celulares nos presídios

Sem bloqueadores de sinal e sem combate efetivo da corrupção entre servidores, as cadeias de Mato Grosso do Sul se tornaram verdadeiros escritórios conectados com o mundo para detentos que comandam organizações criminosas a partir das celas da Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciária).

Assim, esquema supostamente organizado em parceria entre presos faccionados e servidores da administração penitenciária corrompidos teriam transformado as ‘telecomunicações ilegais’ um negócio milionário nas cadeias da Agepen.

Para funcionar, o esquema aproveitaria brechas intencionalmente mantidas. Dessa forma, o acesso de empresas terceirizadas, a ‘vista grossa’ para o arremesso de pacotes para dentro dos presídios, a entrada de visitas e até mesmo de servidores que burlam revistas seriam os meios de colocar aparelhos celulares nas penitenciárias de Mato Grosso do Sul.

Não importa o tamanho da prisão, todas estariam comprometidas, mostram inúmeras ocorrências policiais que apontam como mentores intelectuais detentos sob responsabilidade da Agepen. Isso sem falar dos constantes flagrantes de celulares e até explosivos ‘guardados’ pelos bandidos na segurança das cadeias.