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Cotidiano

‘Já encontramos mais de dez’, moradores reclamam de aparecimento frequente de cobras no São Conrado

Moradores afirmam que as cobras surgem devido a um terreno abandonado na região
Lethycia Anjos -
Cobras São Conrado
Cobras da espécie Urutu (Fala povo, Midiamax)

‘Visitantes inusitados’ têm tirado o sono dos moradores do bairro São Conrado, em . Nos últimos dois anos, o aparecimento frequente de serpentes venenosas da espécie Urutu-cruzeiro tem causado transtornos na região. As cobras vêm de um terreno baldio localizado no bairro.

Um morador de um condomínio ao lado do terreno baldio, relata que na casa mais próxima ao terreno foram encontradas mais de dez cobras ao longo dos últimos anos.

“Esse terreno está infestado de lixo, cobras e escorpiões. Elas sempre aparecem aqui no condomínio. Fico com medo pela segurança da minha família, mas não há o que fazer”, desabafa.

A Urutu-cruzeiro, uma das mais famosas serpentes peçonhentas do Brasil, é um réptil da família Viperidae, a mesma da jararaca, cascavel e surucucu. Ela habita as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil.

Serpentes dessa espécie podem causar acidentes graves, e o tratamento em casos de envenenamento ocorre por meio da administração de soro antibotrópico (pentavalente).

Cobra São Conrado
Moradores relatam aparecimentos frequentes (Fala povo, Midiamax)

Segundo o morador, em uma das aparições, uma serpente chegou a picar o cachorro de um vizinho, meses antes outro cachorro também acabou picado. Além das cobras, o aparecimento de escorpiões e outros animais peçonhentos também ocorre com frequência e preocupa os moradores.

Ele ressalta que os moradores chegaram a acionar a PMA (Polícia Militar Ambiental), mas não tiveram a solicitação atendida, levando alguns até a matarem os animais.

“Às vezes, capturam as cobras e as soltam em um córrego que fica a uns 50 metros, mas elas sempre voltam a aparecer”, relata.

Problema recorrente

Outra moradora da região explica que a primeira cobra apareceu em 2018, na época, muitos acharam se tratar de uma Cascavel, mas um veterinário identificou a serpente como a Urutu-cruzeiro. Antes disso, moradores também encontraram cobras da espécie Coral no entorno do terreno.

“Elas costumam aparecer quando tacam fogo no terreno para queimar lixo. Além disso, as obras de ligação entre o São Conrado e Nova Campo Grande contribuíram para o aumento dos aparecimentos. Minha casa é toda telada, mas entram mesmo assim”, disse.

A reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a PMA para averiguar a denúncia, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

Matar cobras é crime

Conforme a legislação, matar, perseguir, caçar, apanhar ou utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, consiste em um crime ambiental.

As penalidades para esse tipo de crime variam de multas de um a 40 salários mínimos por animal até prisão em casos extremos. No âmbito penal, o crime está previsto pelo artigo 32 da Lei nº 9.605, com alteração da Lei nº 14.064/2020, e prevê pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda de animais.

Ao notar um animal silvestre, a recomendação é evitar manusear sozinho o bicho, apesar de desconhecer se há ou não peçonha. A sugestão é acionar a PMA pelo telefone (67) 3357-1501 ou (67) 999845013, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) pelo 153, ou, ainda, o Corpo de Bombeiros no 193.

Prefeitura irá averiguar o terreno

Questionada sobre as denúncias, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que não há nenhuma reclamação oficializada por parte dos moradores, contudo, ao ter conhecimentos da denúncia por meio da reportagem, será aberta uma ordem de serviço para verificar a situação do terreno.

Cabe ainda ressaltar que, segundo a Sesau, quando houver qualquer queixa por parte da população relacionada a imóveis abandonados, criadouros de mosquitos, animais sinantrópicos ou demais problemas de saúde pública, é possível registrar a reclamação através dos telefones da Ouvidoria da Saúde, pelo 3314-9955 ou 0800 314 9955. 

“Ao fazer esse registro, o munícipe poderá acompanhar a resolução da queixa através do número de protocolo que lhe é repassado”, explicou.

Já a Semadur ressaltou que realiza a fiscalização periódica dos terrenos baldios visando a correta manutenção dos mesmos. Conforme a pasta, se o cidadão presenciar o descarte irregular de resíduos em terrenos baldios ou nas vias públicas, a recomendação é efetuar, de imediato, a denúncia à Patrulha Ambiental da Guarda Civil Metropolitana via telefone 153 para que o autor seja flagrado realizando o descarte. 

Já casos em que se configura a má conservação dos terrenos baldios onde foram descartados indevidamente os resíduos as denúncias devem ser direcionadas à Semadur por meio da Central de Atendimento 156. 

O cidadão que for flagrado realizando o descarte irregular de resíduos pelas forças de segurança pública responderá por crime ambiental e caso flagrado por um auditor fiscal da Semadur será Autuado, via processo administrativo, de acordo com o Código de Polícia Administrativa, Lei 2909/92, do município de Campo Grande. A multa neste caso varia entre R$ 3.091,50 e 12.366,00.

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