‘Pode ter certeza que o Consórcio não vai entregar melhoria’, diz Tabosa após recurso ser aprovado

“E com ônibus velho na rua e terminais que mais parecem um chiqueiro”, reclamou vereador

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(Reprodução, Câmara Municipal).

Vereador de Campo Grande, Marcos Tabosa (PSD) afirmou nesta quarta-feira (26) que o Consórcio Guaicurus não deve entregar ‘nenhuma melhoria’ para a população após ter o terceiro benefício garantido. Nesta quarta, foi sancionada lei que permite que as empresas recebam até R$ 15,6 milhões a mais.

Com a isenção do ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) em Campo Grande e também aumento do valor do passe de ônibus, apesar de manter a frota sucateada nas ruas e menos veículos, Tabosa explica que o Consórcio só está ‘enchendo os cofres’.

“Eles estão enchendo os cofres deles com dinheiro público. Isso é um absurdo. A Câmara pode colocar em pauta a discussão que eu trouxe, do transporte de vans, para que a população tenha uma alternativa. Como clientes estamos sem opções, com o Consórcio monopolizando”, criticou.

O parlamentar disse ainda que o Consórcio já tem um ‘lucro de R$ 20 milhões’ e que, com os benefícios, acumulará ‘um lucro de R$ 60 milhões. “E com ônibus velho na rua e terminais que mais parecem um chiqueiro”, concluiu.

Mais repasses

O Consórcio Guaicurus, que já tem isenção do ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) em Campo Grande e também conseguiu aumentar o valor do passe de ônibus, apesar de manter a frota sucateada nas ruas e menos veículos, conseguiu um terceiro benefício, sancionado nesta quarta-feira (26): um aporte de até R$ 15,6 milhões.

A lei que concede o novo benefício foi aprovada pelos vereadores durante sessão na terça-feira (25) e sancionada menos de 24 horas depois. O projeto, que não estava pautado, chegou na Câmara e foi colocado para votação em regime de urgência durante as votações. Sem discussão entre os parlamentares.

Além disso, o Consórcio Guaicurus, que diariamente é alvo de reclamações da população, já escapou pelo menos três vezes de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) na Câmara Municipal de Campo Grande. Até mesmo uma reunião marcada este mês para cobrar frota nova foi cancelada pelos vereadores.

A lei sancionada nesta quarta-feira (26) pela prefeita Adriane Lopes (Patriota) autoriza o Poder Executivo Municipal a conceder subvenção econômica ao serviço de transporte público coletivo regular de passageiros, executado sob regime de concessão no município de Campo Grande.

Na prática, a Prefeitura de Campo Grande poderá pagar até R$ 3,6 milhões a mais este ano para o Consórcio Guaicurus em forma de repasses mensais para custear as gratuidades do transporte coletivo municipal aplicadas aos estudantes da rede municipal, idosos, deficientes e seus acompanhantes, assim como aqueles com esse direito garantido por legislação local.

Isso porque a Câmara Municipal aprovou, o repasse mensal de até R$ 1,3 milhão pelo município ao Consórcio Guaicurus. Desde junho do ano passado, a prefeitura iniciou repasse de até R$ 1 milhão ao mês como forma de ‘segurar’ o avanço da tarifa.

Dessa forma, somente de repasse municipal, as empresas que exploram o transporte coletivo público de Campo Grande poderão receber até R$ 15,6 milhões em 2023. No ano passado, o total de subsídio municipal injetado nos cofres das empresas de ônibus foi de R$ 9,7 milhões. Ou seja, haverá incremento de 60% de verba municipal.

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