A sessão desta segunda-feira (23) na Câmara de foi marcada pela posse do vereador Cirilo Ramão (MDB) que ganhou o direito de retomar o mandato após decisão do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), assim como Pedro Pepa (DEM), mas este último não esteve presente. Já em sua primeira fala, o parlamentar atacou a oposição, se intitulou predador e disse que vive “entre cobras e lagartos”.

Há algumas semanas, a vereadora Daniela Hall (PSD) havia dito, também em sessão, que o “ambiente estava mais amistoso, agradável” e citou os suplentes Marcelo Mourão e Mariniza Mizoguchi como exemplos em claro manifesto contra Pepa e Cirilo.

Nesta segunda, a resposta veio em forma de “reflexão” durante a fala de Cirilo na tribuna. “Tem uma história que diz assim que ratos e ratazanas quando não tem predador por perto até o clima fica bom, mas até o predador chegar. Tudo parece que está em paz até o predador chegar”, disse relatando que seu mandato tem causado bastante desconforto.

Sem citar nomes dos alvos, mas olhando para membros da mesa diretora, o vereador seguiu o ataque dizendo não temer o incômodo que causa dentro e fora da Câmara.

“A política é algo que está no meu sangue e faço isso com bastante alegria e isso incomoda muita gente. Incomodou aqui e lá fora e que creio que vai incomodar. Vivo entre cobras e lagartos todos os dias e isso não me faz nenhum tipo de temor, não me causa medo”, seguiu.

Cirilo disse também que confia na justiça e que irá provar inocência nas acusações. “Confio muito na justiça e estou cumprindo o que ela me propôs. Acho que não tem como ser diferente. A partir de hoje, o que foi outorgado pela cidade de Dourados vamos cumprir. Acredito que essa justiça que me trouxe, me levou, me trouxe, me levou e me trouxe novamente é aquela que vou provar as condições que foram impostas para mim”, completou.

O vereador encerrou agradecendo o apoio incondicional da prefeita Délia Razuk por “não ser descartado por ela e nem pelo seu grupo” citando nomes de alguns vereadores inclusive do vereador afastado Idenor Machado que deve pedir para retornar o mandato em breve.

As investigações

Cirilo e Pepa, assim como Idenor Machado, foram presos e afastados da Câmara pela primeira vez em dezembro de 2018 durante a onde foram acusados de corrupção. Porém, o afastamento da dupla foi derrubado pelo presidente do (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), desembargador Paschoal Carmello, e a dupla foi empossada novamente em agosto.

Entretanto, os dois foram novamente afastados e presos por decisão do judicial em que apontava descumprimento de medidas impostas anteriormente. Eles conseguiram habeas corpus e foram liberados, mas só no dia 19 é que o retorno à Câmara foi decidido.

Por precaução, os dois seguem sem se encontrar para evitar descumprimento da medida anterior, já que a nova decisão, que permite a atividade parlamentar dos dois não teve o acórdão ainda publicado pela Justiça Estadual.