Michel Temer ficará preso na sede da Polícia Federal em Niterói
Ex-presidente foi preso na manhã desta quinta-feira, no âmbito da (Foto: Agência Brasil)

O ex-presidente ficará preso na sede da Polícia Federal em Niterói (RJ), segundo decisão do juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, e que decretou a prisão preventiva do emedebista. O ex-presidente está em uma aeronave, que acabou de decolar do aeroporto de Guarulhos (SP), com destino à cidade Carioca.

Segundo informações da GloboNews, Temer receberá o mesmo tratamento que hoje é empregado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso na sede da Polícia Federal de Curitiba (PR).

Temer foi preso acusado de ser o líder de uma organização criminosa que atua há 40 anos, no Rio de Janeiro. De acordo com o magistrado, o ex-presidente era “o principal responsável pelos atos de corrupção aqui descritos”. O ex-presidente foi preso em São Paulo, na manhã desta quinta-feira (21) por agentes da Polícia Federal do Rio de Janeiro.

Na ação de hoje, ainda foi preso no Rio de Janeiro o ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco. De acordo com o G1 do Rio, a PF cumpre mandados contra outras seis pessoas. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Esquema

Conforme o MPF (Ministério Público Público), o grupo que era liderado por Michel Temer praticou diversos crimes envolvendo órgãos públicos e empresas estatais. De acordo com informações do Jornal Folha de São Paulo, foi prometido, pago ou desviado para a organização mais de R$ 1 bilhão e R$ 800 milhões.

A investigação, de acordo com o MPF, mostrou que diversas pessoas físicas e jurídicas usadas de maneira interposta na rede de lavagem de ativos de Michel Temer continuam recebendo, movimentando e ocultando valores ilícitos, inclusive no exterior, ainda segundo a Folha.

Segundo as investigações, as empresas contratadas não tinham pessoal ou expertise suficientes para a realização do projeto de engenharia da usina de Angra 3. Por isso, subcontrataram a Engevix, em troca do pagamento de propina de cerca de R$ 1 milhão em benefício do ex-presidente.

“As investigações demonstraram que os pagamentos feitos à empresa AF Consult do Brasil ensejaram o desvio de R$ 10 milhões e 859 mil reais, tendo em vista que a referida empresa não possuía capacidade técnica, nem pessoal para a prestação dos serviços para os quais foi contratada”, diz a nota do MPF.

A propina foi paga pela Engevix ao final de 2014, por meio de transferências que totalizaram R$ 1 milhão e R$ 91 mil, da empresa da Alumi Publicidades para a empresa PDA Projeto e Direção Arquitetônica, controlada pelo Coronel Lima. Contratos de prestação de serviços fictícios foram usados para justificar as transações.