Bolsonaro se manifesta sobre questão do Enem que cita Jornal Midiamax
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) falou nesta segunda-feira (5) sobre a questão do Enem que teve como base trecho de reportagem do Jornal Midiamax sobre cultura LGBT. Bolsonaro desqualificou a questão: “Temos que fazer com que o Enem cobre conhecimentos úteis”. Em entrevista a programa da Band, o presidente eleito afirmou que a questão […]
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O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) falou nesta segunda-feira (5) sobre a questão do Enem que teve como base trecho de reportagem do Jornal Midiamax sobre cultura LGBT. Bolsonaro desqualificou a questão: “Temos que fazer com que o Enem cobre conhecimentos úteis”.
Em entrevista a programa da Band, o presidente eleito afirmou que a questão cobrada no Enem não mediria conhecimento dos candidatos a uma vaga no Ensino Superior.
“Uma questão de prova que entra na dialética, na linguagem secreta de travesti, não tem nada a ver, não mede conhecimento nenhum. A não ser obrigar para que no futuro a garotada se interesse mais por esse assunto. Temos que fazer com que o Enem cobre conhecimentos úteis”, disse.
Questão
A reportagem explica, por exemplo, que o pajubá utiliza elementos (principalmente, mas não só) do idioma iorubá – que não tem uma flexão de gênero, como no português (‘o menino’ e ‘a menina’). Ao mesmo tempo, os dogmas do candomblé admitem a flexibilização entre masculino e feminino, algo que na tradição cristã é impensável.
“Assim, não foi à toa que os terreiros de candomblé tenham se tornado uma espécie de ‘espaço de existência’ de gays e travestis daquele tempo, meados do Século XX, onde essas pessoas podiam viver suas identidades sem represálias. Foi nos terreiros, portanto, que a assimilação do iorubá para uma linguagem cifrada teve início”, traz a reportagem.
Para o professor e gestor cultural Caciano Lima, que fez a prova por uma experiência pessoal, é importante que o Enem proporcione a interação dos temas clássicos, como língua portuguesa, com outras matérias, como antropologia e sociologia, como foi a proposta da questão.
“Cada ser humano vive em um grupo social e neles, acredito, se reconhecem. As línguas partem da nossa cultura e características do meio em que vivemos. Muitos se reconheceram e sentiram o pertencimento social quando se deparam na prova com um assunto como esse”, destaca.
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