Porta-voz da Rede é homenageada por comunidade indígena

A porta-voz do Rede Sustentabilidade em Mato Grosso do Sul, a advogada Tatiana Azambuja Ujacow, foi homenageada em cerimônia na comunidade Darci Ribeiro, no Jardim Noroeste, na tarde deste domingo (29) em Campo Grande. A professora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e integrante do IDHMS (Instituto de Direitos Humanos do Mato […]

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A porta-voz do Rede Sustentabilidade em Mato Grosso do Sul, a advogada Tatiana Azambuja Ujacow, foi homenageada em cerimônia na comunidade Darci Ribeiro, no Jardim Noroeste, na tarde deste domingo (29) em Campo Grande. A professora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e integrante do IDHMS (Instituto de Direitos Humanos do Mato Grosso do Sul) recebeu nome de batismo indígena e também destacou a importância de fazer parte de um movimento tão importante.

Porta-voz da Rede é homenageada por comunidade indígenaA cerimônia, incluída no evento de encerramento das comemorações ao Dia do índio, aconteceu por volta das 11h. Em símbolo de respeito, guerreiros indígenas ergueram Tatiana e a batizaram como um nome Terena, mas devido a celebração ter sido espiritual, lideranças permitiram apenas o registro de imagens e não divulgaram o nome de batismo da ativista.

“Essa aceitação da comunidade comigo tem um valor imensurável. Essa homenagem legitima a minha luta pelo reconhecimento e efetivação dos direitos dos povos indígenas. Isso só fortalece ainda mais e faz com que eu siga em frente com meus objetivos em ajuda-los” comentou Tatiana, que trabalha com causas voltadas aos índios desde 1998, quando iniciou seu empenho para a causa ainda em Dourados, cidade onde nasceu.

Porta-voz da Rede é homenageada por comunidade indígenaEvento

Mais de 500 pessoas compareceram no evento, superando as expectativas dos organizadores. No local, além da cerimônia de batismo e homenagem, aconteceram solenidades, concursos de beleza indígena e recreação para as crianças.

Para um dos caciques que estava presente, Deomir Candelari, também representante dos Caciques da Aldeia Urbana de Campo Grande, destacou a importância do movimento para não deixar que a cultura e costumes indígenas sejam esquecidos com o tempo.

O professor Itamar Jorge Pereira Terena, técnico pedagógico da Semed (Secretaria Municipal de Educação) divisão de educação, revelou detalhes da obra histórica que realizou durante 20 anos de pesquisas para a elaboração de um livro. Agnaldo comentou com a reportagem que pretende lançar a obra no próximo Dia do Índio, em 2019, para relatar a verdadeira história dos Terenas, povos guerreiros que lutaram na Guerra do Paraguai.Porta-voz da Rede é homenageada por comunidade indígena

“Vou criar um blog e quem se interessar poderá comprar por lá. Também vou ensinar [pelo website] a língua terena para quem quiser aprender”, disse o professor.

Para as jovens, foi organizado um concurso de beleza para destacar a beleza indígena. Idealizador do concurso, Agnaldo Terena, membro dos Direitos de Cultura do Fórum do Caciques (Focans), contou que este ano, 16 garotas de várias idades se candidataram para ser miss indígena 2018. “No ano passado 15 meninas se candidataram, e no concurso de mister, foram 15 candidatos também. O concurso de mister não teve hoje, mas vai acontecer em novembro”, disse.

Porta-voz da Rede é homenageada por comunidade indígenaAlém disso, outra liderança indígena, o cacique Vânio Lara, ficou surpreendido com a quantidade pessoas que compareceram no local para prestigiar o evento. “Não esperava que seria tão movimentado. Vieram povos indígenas até do Equador. Todos os anos fazemos esse evento de encerramento ao Dia do Índio, porque cabe a nós fazermos a representação”, disse ele.

Vânio, que anunciou que pretende disputar as eleições em 2018, também afirmou que a atual geração das etnias têm sido motivo de orgulho para toda a comunidade. Só em Campo Grande, moram atualmente mais de 5 mil indígenas.

Representatividade

No começo deste mês, Tatiana esteve Fórum Permanente da ONU (Organização das Nações Indígenas) para Questões Indígenas, onde reforçou a necessidade de diálogo com as comunidades, e também destacou que uma cultura de paz só será alcançada quando a voz dos povos indígenas for ouvida e respeitada.

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