CPF de idosos foram usados para disparos em massa pelo WhatsApp durante eleições

Empresas de marketing digital, cujos donos apoiaram o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), teriam usado CPFs de idosos para viabilizar disparos em massa de mensagens pelo WhatsApp durante a campanha. Conforme relato de um ex-funcionário ao jornal Folha de São Paulo, “as empresas cadastraram celulares com nomes, CPFs e datas de nascimento de pessoas que […]

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Empresas de marketing digital, cujos donos apoiaram o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), teriam usado CPFs de idosos para viabilizar disparos em massa de mensagens pelo WhatsApp durante a campanha.

Conforme relato de um ex-funcionário ao jornal Folha de São Paulo, “as empresas cadastraram celulares com nomes, CPFs e datas de nascimento de pessoas que ignoravam o uso de seus dados” para viabilizar os disparos.

“Ele enviou à reportagem uma relação de 10 mil nomes de pessoas nascidas de 1932 a 1953 (de 65 a 86 anos) que, afirma, era distribuída pela Yacows aos operadores de disparos de mensagens”. A empresa é uma das investigadas no suposto esquema e prestou serviço a vários políticos, sendo subcontratada pela AM4, produtora que prestou serviços a campanha de Bolsonaro.

Como a lei exige cadastro de CPF para liberar uso de chips e o WhatsApp trava números que enviam grande número de mensagens para evitar spam, “as agências precisavam de chips suficientes para substituir os que fossem bloqueados e manter a operação”.

O suposto disparo fraudulento de mensagens com o propósito de disseminar notícias falsas e interferir no resultado das urnas é investigado pela Polícia Federal desde o dia 20 de outubro, a pedido da Procuradoria-Geral da República. Os contratos, que chegariam a R$ 12 milhões, seriam bancados por empresários ligados a Bolsonaro.

Para a procuradora Raquel Dodge, o quadro de possível interferência na formação de opinião dos eleitores com atuação dessas empresas com mensagens que podem caracterizar ofensas aos dois candidatos “afronta a integridade do processo eleitoral”. O TSE (Tribunal Superior do Eleitoral) também apura o caso, após ação ajuizada pelo adversário do presidente eleito, Fernando Haddad (PT).

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