Olarte mantém contratos antigos e empreiteiras ganham mais R$ 3 milhões
Serviços de tapa-buracos e iluminação pública ganharam aditivos
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Serviços de tapa-buracos e iluminação pública ganharam aditivos
Depois do escândalo que gerou suspeitas nos gastos milionários para custear a manutenção de vias em Campo Grande, o prefeito Gilmar Olarte (PP) voltou a aditivar contratos milionários com empreiteiras que venceram licitações ainda na gestão de Nelson Trad Filho (PMDB). O serviço de tapa-buracos, que gerou até ameaça de CPI, é um dos contemplados com os aditivos publicados no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) desta quarta-feira (25).
Para contornar a crise causada pelos vídeos de cidadãos flagrando supostos buracos fantasmas sendo tapados, e pela péssima qualidade das vias pavimentadas da cidade, Olarte anunciou que licitaria obras de recapeamento para diversos trechos da Capital. Na prática, no entanto, tudo continua como antes. Em apenas um dos contratos agraciados com aditivo, a Gradual Engenharia, teve acréscimo de quase R$ 1 milhão.
Assinado em abril de 2012, a Gradual foi contratada, pelo então prefeito Nelsinho Trad (PMDB), para execução de ‘obras, visando a manutenção de vias públicas, consistindo na execução de serviços de tapa buraco e fornecimento de CBUQ (concreto betuminoso usinado a quente), na micro região do Anhanduizinho, nos bairros Guanandi e Aero Rancho’. O contrato deveria ter acabado em 27 de abril de 2014, mas continua vigente através de prorrogações.
Além do prazo sem precisar concorrer a nova licitação, a empreiteira ganhou de Gilmar Olarte (PP) um acréscimo de R$ 858.951,29. O contrato saltou de R$ 3.449.667,97 para R$ 4.308.619,26, com aditivo de valor exato a aditivo já publicado anteriormente por Alcides Bernal (PP), em novembro de 2013.
Já a Diferencial Engenharia, também contratada no último ano da gestão de Nelsinho como JW Serviços e Construções, ganhou um aditivo de R$ 999.725,00, e agora terá R$ 4.998.625,00, para ‘prestação de serviço de engenharia elétrica, visando a manutenção e suporte para atender o sistema de iluminação pública na Região Central I, perímetro compreendido pelas vias, Avenida Afonso Pena, Tamandaré, Mascarenhas de Moraes e Rua Ceará’.
Especializada no fornecimento de material para manutenção de ruas não pavimentadas nas macro regiões Lagoa e Prosa, a Mineração Campo Grande, ganhou quase R$ 860 mil, e viu o contrato saltar de R$ 3.437.680,60 para R$ 4.297.100,75, em decorrência do acréscimo de quantitativos.
A Usimix ganhou mais R$ 349.508,75, para fornecer o CBUQ, matéria-prima dos tapa-buracos, apenas para os bairros Conjunto Novos Estados e Mata do Jacinto. Seu contrato, também assinado por Nelsinho, passou de R$ 1.398.035,00 para R$ 1.747.543,75.
No auge da crise, vereadores chegaram a convocar o secretário de obras de Olarte para prestar esclarecimentos, que ainda não foram totalmente analisados. O prefeito anunciou, por meio da assessoria, que pretendia recapear quase 240 km de vias urbanas. No portal do município, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Pavimentação é citado como forma de atingir 92 km de vias, além da revitalização da região do Anhanduizinho, com outros 8 km, o PAC Mobilidade, com mais 61 km e, até um empréstimo junto ao CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) de US$ 70 milhões, com outros 80 km. Este último empréstimo, aliás, não foi sequer concretizado.
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