Mesmo com uma fortuna de R$ 617 milhões em caixa, Bernal mantém calote em contratos

Mesmo com o vultoso montante que ‘juntou’, o prefeito segue sem pagar fornecedores, o que compromete inclusive serviços básicos oferecidos aos cidadãos

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Mesmo com o vultoso montante que ‘juntou’, o prefeito segue sem pagar fornecedores, o que compromete inclusive serviços básicos oferecidos aos cidadãos

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), mantém em caixa R$ 617,7 milhões acumulados com a arrecadação de impostos nesses primeiros quatro meses de administração. A informação foi publicada em relatório resumido da execução orçamentária, no Diogrande desta terça-feira (28). Mesmo com o vultoso montante que ‘juntou’, o prefeito segue sem pagar fornecedores, o que compromete inclusive serviços básicos oferecidos aos cidadãos.

O Relatório Resumido da Execução Orçamentária aponta que nos meses de janeiro a abril de 2013, a disponibilidade de dinheiro em caixa da prefeitura é de R$ 617.700.257,92. Nos dois primeiros meses do ano o prefeito já tinha disponível cerca de R$ 360 milhões, mas optou por não iniciar os pagamentos.

Por manter o ‘calote’ mesmo com quantia milionária nos cofres públicos, Bernal recebeu há pouco mais de 10 dias um ultimato da Câmara de Vereadores de Campo Grande para prestar contas, sob pena de enfrentar a CPI do Calote.

A falta de pagamento tem atingido setores importantes para a manutenção da cidade, como a coleta de lixo e até mesmo a falta de alimentos em Ceinfs (Centro de Educação Infantil). Como o Portal da Transparência da prefeitura está desatualizado é impossível saber a lista completa de todos os fornecedores que estão sem receber.

Conforme levantamento feito pela reportagem, com a CG Solurb, concessionária responsável pela coleta de lixo da Capital, por exemplo, a dívida da prefeitura gira em torno de R$ 25 milhões desde dezembro do ano passado. A RDM Recuperadora de Créditos, também tem R$ 4,4 milhões a receber da administração municipal.

O secretário de Planejamento, Finanças e Controle, Wanderley Ben Hur da Silva tem dito insistentemente que a falta de pagamento de contratos é devido à ‘varredura’ que está sendo feita em todos os contratos pela Secretaria de Administração e Procuradoria Municipal.

Durante oitiva dos vereadores da Comissão Permanente de Finanças e Orçamento da Câmara, no dia 8 de abril de 2013, Ben Hur declarou que “em relação ao não pagamento de contratos, está sendo feito um levantamento em todos eles sobre as questões judiciais envolvidas e que no primeiro trimestre pelo menos R$ 260 milhões teriam sido pagos às empresas”.

CPI

Na sessão desta terça-feira (28), a Câmara deu um ultimato ao prefeito para que preste contas sobre o ‘calote’ até a próxima segunda-feira (3), sob pena de ter que enfrentar uma devassa nas contas públicas que já está sendo chamada de ‘CPI do Calote’.

A investigação, segundo o vereador Paulo Siufi (PMDB), teria por base inúmeras reclamações recebidas pela Casa de Leis de empresários de Campo Grande. Eles estariam à beira de fechar as portas de seus empreendimentos e com salários de funcionários atrasados, devido à falta de pagamento da prefeitura.

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