O ex-secretário de Obras deveria ser citado em outubro passado, mas o oficial de Justiça não o encontrava. E o parlamentar mora em Campo Grande

Após uma maratona de ao menos dois meses, um oficial de justiça da 13ª Vara Cível de Campo Grande, enfim, notificou o deputado federal eleito de Campo Grande, Edson Giroto, do PR, citado em ação que pede dele uma reparação por dano moral. O parlamentar teria, segundo investigação da Polícia Federal, supostamente participado de um esquema que, em 2006, incriminou o ex-deputado estadual Semy Ferraz, do PT, por compra de voto. Ferraz é quem solicita a punição de Giroto.

O deputado federal foi citado pelo oficial no dia 14 de dezembro, cinco dias após sua diplomação, ocorrida em solenidade realizada no prédio do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), em Campo Grande.

A notificação – mandado 001.2010/153364-1 – deveria acontecer no evento político por determinação judicial, mas isso não ocorreu por razões ainda não definidas.

A investigação da PF que indica que o ex-parlamentar fora vítima de uma trama ficou conhecida como operação Vintém.

Pouco antes da eleição de 2006, numa investida da própria PF, foram apreendidas notas de R$ 20 e santinhos no carro de um assessor de Semy Ferraz. À época, a ocorrência fora divulgada como se o petista fosse comprar votos.

O parlamentar fora denunciado e, segundo ele, por conta das apreensões, acabara derrotado nas urnas.

A apreensão do material no carro do assessor de Semy sofreu uma reviravolta logo após a eleição de 2006.

Na operação Vintém, por meio de quebra de sigilo telefônico, a PF descobriu que um grupo ligado ao governador André Puccinelli, do PMDB, incluindo o filho dele, André Júnior, teria conduzido o esquema para incriminar o ex-deputado. Além dessa ação, Semy moveu o recurso judicial pedindo reparo por dano moral. Veja aqui trechos dos diálogos captados pela PF, lá aparece a voz de Giroto (/noticias/722105-operacao+vintem+puccinelli+jr+depoe+duas+horas+se+cala+final.html)

Pelo investigado na Vintém, o grupo pôs propositadamente a papelada no carro do assessor com a intenção de embaraçar a situação eleitoral de Ferraz. Processo acerca do caso corre na Justiça Federal. Puccinelli Júnior aparece como réu nessa questão. A apuração pode respingar em integrante da própria PF, que teria favorecido o plano.

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