Motociclista atropelada na Gury Marques pode ter perna amputada e busca reparação na Justiça

Dois meses após acidente, vítima recebeu a notícia de que precisaria fazer cirurgia para retirada do membro; defesa pediu indenização vitalícia

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(Foto: Arquivo Pessoal)

Uma motociclista de 48 anos pode ter a perna amputada após sofrer acidente envolvendo um carro, no último dia 1º de setembro, na Avenida Gury Marques. Dois meses após o acidente, ela briga na Justiça para conseguir reparação, por parte do motorista, que fugiu do local sem prestar socorro.

O motorista foi identificado pelo policial militar cabo Marcelo Goes, dias após o crime, andando pelas ruas do Bairro Moreninhas, em que a vítima mora. Ele não possuía CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e foi ouvido na delegacia, mas liberado. Entretanto, a defesa da vítima alega que não recebeu qualquer ajuda por parte do motorista. Enquanto isso, ela segue internada na Santa Casa, aguardando cirurgia.

Conforme consta no boletim de ocorrência inicial, a vítima informou que voltava do trabalho em sua motocicleta Honda Biz e seguia pela Avenida Gury Marques, e precisou reduzir a velocidade para passar em um quebra-molas, quando foi atingida por um VW Golf cinza, que fazia o retorno. Segundo ela, o motorista teria acelerado, e ela acabou sendo atropelada.

Em seguida, ela caiu ao solo e fraturou a perna e bacia, e teve sua motocicleta danificada. O motorista fugiu do local sem prestar socorro. Moradores e pessoas que passavam pela avenida acionaram socorro e a vítima foi levada para a Santa Casa.

Segundo o advogado de defesa, Everson Mateus Rodrigues, posteriormente foi identificado pela equipe médica que a vítima teve fratura exposta em três partes da perna e na bacia, enquanto o motorista teria sido visto – e filmado – por moradores da região andando com o mesmo veículo que a atropelou. “Estamos elaborando processo de dano moral, corporal, estético e pensão vitalícia”, afirma o advogado.

Motorista não tinha CNH

O motorista prestou depoimento na 4ª Delegacia de Polícia e foi liberado. Ele afirmou que não é habilitado e que no dia do acidente pegou o carro de seu filho, que estava viajando, sem autorização, para ir até um atacadista fazer compras.

Ele alegou que, quando realizava o contorno da Avenida Gury Marques, para acessar uma via lateral onde fica o mercado, não viu nenhum veículo vindo no sentido contrário. Em seguida, ele se chocou contra uma motocicleta que não tinha visto.

Com o impacto, a motociclista caiu e ele alegou que ficou com medo da reação de populares que começaram a gritar após o acidente, então, decidiu ir embora. Segundo o motorista, ele voltou para casa, guardou o carro na garagem e contou o que aconteceu ao filho. Ele afirmou que não socorreu a vítima porque “ficou com medo da reação dos populares”.

Segundo informado pela Polícia Civil, o inquérito policial já foi relatado e encaminhado ao Judiciário na última sexta-feira (11), após o autor se apresentar e prestar depoimento. Foi requisitado exame de corpo de delito à vítima, que deve fazer exame complementar no prazo estipulado pela perícia. “Sobre a fuga do motorista, não restou materializada, já que o próprio autor também registrou boletim de ocorrência sobre os fatos na 5ª Delegacia de Polícia”, afirmou a delegada Sueli Araújo.

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