“Opção por moto mostra falta de investimento em transporte coletivo”, diz urbanista
Planejamento é alternativa mais viável
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Planejamento é alternativa mais viável
Muitos procuram a moto como alternativa a lentidão do trânsito e aos altos preços da passagem de ônibus. A opção pela moto, segundo o arquiteto e urbanista Luis Eduardo Costa, mostra a falta de investimento em transporte coletivo.
Segundo ele, o aumento na procura pelo transporte individual nos últimos tempos é reflexo descaso com o transporte coletivo. “Mesmo com aumento na tarifa, o serviço não melhora. Por isso, as pessoas estão escolhendo o transporte individual. Elas querem conforto, rapidez, querem chegar na hora”, explica ele.
Com um transporte coletivo deficiente, aumentam os veículos nas ruas. E, consequentemente, o trânsito, os congestionamentos, outra explicação do porque as pessoas procuram as motos, a agilidade.
Segundo o urbanista, falta segurança na mobilidade urbana. “Todos têm o direito ao deslocamento. Todos querem sair de casa e chegar bem ao serviço, ao lazer. Faltam boas ruas, ciclovias, estacionamentos nos centros. Você vai no centro, não tem local para parar. Não há edifícios de estacionamento, como em muitos cidades do país. Isso deveria ser algo acima dos interesse imobiliários. É uma questão de gestão pública”, destaca.
Estratégias para um melhor fluxo de pedestres e veículos precisam ser priorizadas no trânsito da Capital. Quem anda de moto também tem que ter atenção na hora de acelerar por aí.
Acidentes
O problema em andar de moto é a segurança. Os números de acidentes não são baixos e já são tratados como problema de saúde pública. Como muitos dizem, ‘o para-choque da moto é o próprio motociclista’.
Último levantamento da Seguradora Líder mostra que em 2014 foram pagos 16.305 indenizações do Seguro DPVAT em Mato Grosso do Sul, o que representou um crescimento de 40% em relação à quantidade de indenizações pagas do ano de 2013 (11.614).
A motocicleta foi o veículo com o maior número de casos no período, representando 79% das indenizações. Vale ressaltar que em 2013 foram pagas 8.610 indenizações por acidentes com motocicletas e em 2014 incríveis 12.808, uma alta de 49%.
Planejamento
Para Luis Eduardo, a saída para a melhora na mobilidade urbana é o planejamento. “Planejar é alternativa mais viável. Há uma série de questões a se pensar. Campo Grande é uma cidade grande em extensão e temos vazios imensos, da periferia até o centro, por exemplo. A cidade precisa ser mais compacta, é preciso planejar locais para que haja um equilíbrio”, afirma.
“Corredores para ônibus, como acontece em vários países da Europa. Pensar, de fato, nas pessoas e não nos veículos quando o assunto é mobilidade urbana”, lembra ele.
O urbanista cita que faltam estudos relatando onde há mais fluxo, congestionamentos, etc. “Qual o horário de pico em determinada rua. O fluxo é maior de carro, moto, bicicleta ou a pé. São coisas a serem pensadas e estudadas”, ressalta.
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