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Polícia

Último julgamento da morte de ‘Babidi’ é de Geral do PCC em MS, mandante do crime

'Moringa' foi descoberto após operação de interceptação telefônica da Polícia Civil de São Paulo que ouviu em tempo real o 'julgamento' da vítima
Mirian Machado - Publicado em
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'Moringa', Geral do PCC em MS. (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Hamilton Roberto Dias Junior, de 39 anos, é o último réu a ser julgado pela morte de Rudnei da Silva Rocha, vulgo ‘Babidi’, em outubro de 2017 em Campo Grande. Preso há 9 anos por tráfico de drogas, Hamilton seria o mandante do crime, já que, segundo as investigações, ele é Geral da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) em Mato Grosso do Sul, ou seja, nada é dado sequência se não passar por ele e assim foi com a morte de ‘Babidi’.

O réu, vulgo ‘Moringa’, exerceu o direito de ficar em silêncio durante julgamento nesta terça-feira (23).

Conforme a denúncia e depoimentos de testemunhas, a polícia chegou até ele depois de receber áudios do momento do ‘interrogatório’ da vítima durante o chamado “Tribunal do Crime” e da execução do assassinato. Os áudios foram mandados pela Polícia Civil de São Paulo que durante uma grande operação de interceptações telefônicas dentro e fora dos presídios em várias cidades encontrou 4 “Tribunais do Crime” ocorrendo em Mato Grosso do Sul, sendo apenas um no interior do estado.

Um desses julgamentos era o de ‘Babidi’, interceptado em tempo real, onde era possível ouvir Hamilton, ordenar que olhassem o Facebook da vítima, inclusive dando a ordem para a execução com os dizeres de “decapitar o frango”. Através dos áudios, a polícia identificou e qualificou três pessoas, entre elas o ‘Moringa’. Os três foram incluídos no processo, que já contava com outros sete réus que participaram de julgamento em setembro de 2022.

Três testemunhas, todas investigadores da Polícia Civil, lotados na época na DEH (Delegacia de Homicídios) que participaram da investigação, confirmaram as transcrições dos áudios e que o réu seria o mandante do crime.

O crime

Segundo contou uma das testemunhas, ‘Babidi’ fez parte por um tempo da facção PCC, porém não participava mais. Ele era traficante no Bairro Moreninhas e estava mexendo com drogas com integrantes da facção rival, o Comando Vermelho.

A mãe da vítima contou que ela recebeu algumas ligações antes de ser encontrada morta. A polícia descobriu que ‘Babidi’ foi levado para três ‘cantoneiras’, locais onde as vítimas são levadas para serem interrogadas pelos integrantes do PCC, porém nos dois primeiros locais a vítima teria ido por conta própria, para explicar que não teria envolvimento com o rival.

Ele negava, disse que apenas conhecia alguns integrantes, mas não era simpatizante, porém começou a se enrolar nas conversas e nas redes sociais, os integrantes encontraram fotos com gestos que faziam alusão ao CV.

Então, o amarraram e após a ordem para a execução deitaram a vítima no box do banheiro e com uma faca decapitaram. Em seguida, como havia pessoas que moravam nos fundos da casa e não poderiam saber do crime, os integrantes limparam muito bem o local e depois desovaram o corpo de ‘Babidi’.

O corpo de Rudnei foi encontrado em uma casa, enrolado em um cobertor com a cabeça ao lado, no Bairro Santa Emília.

Integrantes

A princípio dez pessoas foram julgadas pela morte de Rudnei. Duas delas, acabaram impronunciadas e tiveram o processo arquivado por falta de provas, o restante foi julgado. Sendo este, o último julgamento do caso.

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