A 2ª audiência do caso Sophia OCampo, de 2 anos, acontece nesta sexta-feira (19), no júri de Campo Grande, onde testemunhas de acusação serão ouvidas. Sophia OCampo, de 2 anos, morreu em janeiro deste ano, após ser agredida e estuprada. A mãe e o padrasto estão presos.   

A audiência desta sexta (19) acontece na 2ª Vara do Tribunal do Júri e a expectativa é de que quatro testemunhas de acusação e outras 11 testemunhas de defesa sejam ouvidas a partir das 13h45. No término da audiência os dois réus serão interrogados. 

A primeira audiência do caso aconteceu no dia 17 de abril. No dia, o pai de Sophia acompanhou a audiência. Familiares foram até o Fórum com faixas de protesto que diziam: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à conveniência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

Caso Sophia

Sophia morreu aos 2 anos, na noite do dia 27 de janeiro. Ela foi levada pela mãe a um posto de saúde, onde as médicas que atenderam a menina constataram que ela já estava morta há pelo menos quatro horas. Tanto a mãe como o padrasto de Sophia foram presos e já indiciados pelo crime. 

O casal ainda tentou alterar as provas da morte da menina para enganar a polícia. A prisão preventiva foi decretada no dia 28 de janeiro. Em sua decisão, o magistrado afirmou que: “A prisão preventiva se justifica, ainda, para preservar a prova processual, garantindo sua regular aquisição, conservação e veracidade, imune a qualquer ingerência nefasta do agente. Destaca-se que, conforme noticiado nos autos, a criança somente foi levada para o Pronto Socorro após o período de 4 horas de seu óbito, o que evidencia que os custodiados tentaram alterar os objetos de prova.”

O juiz ainda citou que caso o casal fosse solto, haveria a possibilidade de tentativa de alteração de provas “para dificultar ou desfigurar demais provas”. O casal foi levado para unidades penitenciárias, sendo a mulher para o interior do Estado e o padrasto da menina para a Gameleira de Segurança Máxima. 

A menina passou por vários atendimentos em unidades de saúde, entre eles febres, vômitos, queimaduras e tíbia quebrada. Em menos de 3 meses, a criança foi atendida diversas vezes sem que nenhum relatório fosse repassado sobre os atendimentos a menina.

Relato de médicas

Segundo o relato das médicas, quando a criança chegou à unidade de saúde, ela já estava morta há pelo menos 4 horas, com sinais de rigidez, hematomas por todo o corpo e sangramento pela boca. Ainda segundo as médicas, a mãe estava estranhamente tranquila e só ficou nervosa quando foi informada que a polícia seria acionada para o local.

Em exames feitos pelas médicas na unidade de saúde, elas constataram sinais de estupro na criança. Com a chegada dos policiais, a mãe da menina negou que tivesse levado a filha até a UPA já morta, mas disse que ela e o atual marido aplicavam ‘corretivo’ na criança.

A mulher contou que a filha ficava com o padrasto enquanto ela trabalhava durante o dia, e que o marido batia na criança com socos e tapas para corrigir a menina. O padrasto da menina foi encontrado em casa pelos policiais e negou que tenha agredido a enteada naquele dia, dizendo que bateu na criança há três dias.