O jovem, de 18 anos, preso em flagrante por roubo à um carro ocorrido na madrugada de domingo (9) de um motorista de aplicativo, negou em depoimento à polícia, que tivesse intenção de participar do crime. Um menor, de 15 anos foi apreendido e outros dois, de 17 anos, fugiram. Ele alegou que outros dois menores haviam combinado a ação. Durante audiência de custódia esta manhã (12), o rapaz teve a liberdade concedida mediante medidas cautelares e uso de tornozeleira eletrônica.

O motorista contou que aceitou uma corrida da Avenida Tamandaré até o Bairro Nova Lima. Quando chegou ao local entraram quatro jovens todos no banco de trás. Alguns metros depois um deles sacou uma arma de fogo e disse: “perdeu, perdeu, não reage!”. Os autores deixaram a vítima ainda ali na região e fugiram.

O carro, um Hyundai HB20, de cor prata, é locado e possui rastreador. Ele foi localizado abandonado no Bairro Rita Vieira.

Foi feito pericia papiloscopista no veículo que identificou digitais do jovem, de 18 anos e munido de uma foto, a vítima o reconheceu com sendo integrante do grupo que o roubou.

A polícia então foi até a casa do rapaz, que mora na região do Bairro Nova Lima e o prendeu em flagrante. Ele indicou os outros três menores envolvidos no crime.

Disse em depoimento que não é usuário de drogas, nunca foi preso e que mora com os pais. Afirmou ainda que está arrependido, pois não tinha nenhuma passagem e não tinha intenção de cometer crimes.

Ele contou que havia ido até uma festa com os menores e ao irem embora, já perto do amanhecer, chamaram um motorista de aplicativo. No trajeto, escutou os dois menores de 17 anos combinando de roubar o veículo. Um deles disse que queria urinar no mato e o motorista disse que também iria. Ao voltarem para o veículo, o condutor foi rendido, com uma arma falsa apontada para a cabeça.

Um dos menores jogou uma faca de serra no colo do jovem. Após ser ameaçada, a vítima esboçou reação e o rapaz então a faca e mandou o motorista ficar quieto, que não iriam machuca-lo. Depois o mandou descer.

Nesse momento, um dos menores assumiu a condução do veículo. No trajeto, surgiu um motoboy que parecia mostrar o caminho e seguiram até a região do Bairro Tiradentes. Ainda segundo relato do rapaz, eles pararam na casa de um ‘velho’ usuário de crack e que estava com uma arma e munições.

Um dos menores ligou para um amigo dizendo que estava com o carro. O tal amigo chegou e os dois saíram. Depois o menor voltou sozinho e a pé. Em seguida, o rapaz e um dos menores, pediram outro aplicativo de transporte e foram para casa.

Aos policiais, o rapaz disse que não tinha a intenção de participar do crime com os menores. Disse que não combinou nada, mas sabia que combinaram entre si. Alegou estar arrependido e está com medo da reação dos comparsas e de seus familiares, já que o pai de um deles seria integrante da facção PCC (Primeiro Comando da Capital).

Durante a audiência de custódia, foi concedida a liberdade provisória ao jovem mediante medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica por 180 dias, com recolhimento domiciliar noturno, inclusive aos finais de semana e feriados. Proibido de se aproximar dos menores envolvidos e deve comparecer mensalmente em juízo, além de se matricular em estabelecimento educacional e frequentar as aulas.