Ex diz que matou Adriana na frente da filha ao ser chamado de ‘corno’ durante discussão
Suspeito se entregou à polícia e confessou crime, alegando que matou ex-mulher por estar ‘cansado’ dela
Mirian Machado –
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O homem de 39 anos que matou a tiros a ex-esposa Adriana Pereira, de 36 anos, na frente da filha do casal, de 9 anos, confessou o crime na manhã desta terça-feira (25) após se apresentar na delegacia e entregar a arma do crime. No depoimento, o autor disse que houve uma discussão e teria sido chamado de corno pela ex-mulher, nesse momento efetuou os disparos e saiu andando.
A delegada responsável pelo caso, Karolina Souza Pereira, disse que câmeras de segurança e outros depoimentos estão sendo analisados para conferir com o relato do suspeito. O inquérito deve ser concluído em 10 dias.
Segundo a delegada, a prisão preventiva dele foi deferida pelo judiciário na segunda-feira (24). “A investigação continua para saber se o depoimento dele bate, pois ele diz que a filha estava do lado de fora do bar e escutou apenas os disparos”, explicou a delegada.
No relato do homem, ele afirma que havia ingerido quatro latas de cerveja, mas não estava embriagado. No dia, chegou para entregar um dinheiro referente a compra de uma bicicleta para a filha, quando começaram a discutir. Ele confessou que atirou uma vez, após se revoltar quando ela teria o xingado de corno. Depois saiu andando e não viu os outros tiros. “É o que o laudo pericial vai apontar”, afirmou a delegada.
Apesar do homem dizer que só depois do xingamento pensou em matá-la, a polícia acredita que ele tenha ido ao local já com essa intenção. Sobre a arma, ele disse que tinha comprado há muito tempo. “Ao mesmo tempo, fala que fica dúbio. Caso tenha e analisado o contexto fático, vai responder por outro crime”, explicou a delegada ao site O Pantaneiro.
“Ele alega que tinha tido uma discussão com a vítima, que estava cansado da vítima e da população chamando ele de corno. É importante ressaltar que ele estava em um relacionamento com outra mulher há sete meses, essas alegação seria de xingamentos seria do relacionamento passado, não do atual. É algo diferente, pois geralmente o agressor que já está em outro relacionamento não tende a voltar para prejudicar a ex, a não ser que queira reatar. O celular da vítima está sendo analisado”.
O homem se apresentou por volta das 10h desta terça-feira (24) na delegacia de Anastácio.
Sete boletins por violência doméstica
Conforme apurado, o assassino de Adriana já tinha sete registros de violência doméstica, ameaça, dano, contra suas ex-mulheres.
Os boletins de ocorrência começaram a ser registrados desde o ano de 2008 e depois em 2009, sendo um no mês de março e outro no mês de abril, e mais registros em 2010 e 2022, sendo o último feito por Adriana.
Duas ex-mulheres do autor registraram boletins de ocorrência contra ele. Uma das mulheres de 39 anos registrou um BO no dia 31 de julho de 2010, dizendo que havia se relacionado com o autor e os dois haviam terminado há 15 dias, sendo que estavam conversando para reatar até que o viu com outra mulher na rua.
Quando ele viu que havia sido flagrado, a derrubou da moto onde estava e passou a agredi-la com socos no rosto e chutes. Já Adriana registrou um BO em novembro de 2022, quando foi agredida pelo autor que tentava reatar o relacionamento.
Adriana contou no dia dos fatos que estava separada do autor há 10 dias e que ele insistia em reatar o relacionamento. Sendo que ela negou e foi espancada por ele com socos e chutes.
Feminicídio majorado
Adriana estava na companhia de uma mulher e da filha de 9 anos, fechando o bar, por volta das 14h30, quando o ex-marido apareceu em uma motocicleta, de cor verde, desceu e fez disparos em direção à vítima, que foi atingida por cinco disparos, sendo quatro na região posterior do tórax e um no braço.
A vítima chegou a ser socorrida pelo cunhado, mas não resistiu e morreu no hospital. Logo após o crime, o ex-marido de Adriana fugiu. Em diligências, a polícia foi até a casa da namorada do suspeito e ela confirmou que ele havia fugido depois de confessar que havia assassinado Adriana.
Segundo a namorada do autor, ele foi até a casa dela pegar algumas roupas e fugiu. Na residência os policiais encontraram embaixo do colchão, dentro de uma meia, 12 munições intactas e três deflagradas.
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