“Não traz meu filho de volta”, diz PX após júri que condenou assassinos de Matheus Coutinho
Apesar de ter esperado pela pena máxima, de 30 anos, Paulo Xavier diz que condenação é passo “para aquecer a alma do filho que aguarda há quatro anos [pela sentença]”
Gabriel Neves, Thalya Godoy –
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O julgamento que culminou na condenação de Jamil Name a 23 anos e 6 meses de cadeia por encomendar a morte de Matheus Coutinho não agradou ao pai da vítima. Paulo Xavier, conhecido como PX, afirmou que esperava a pena máxima, de 30 anos.
Para o pai, qualquer pena não será capaz de “trazer o filho de volta”, mas é um passo “para aquecer a alma do filho que aguarda há quatro [pela sentença]”.
Além de Jamil Name, os outros envolvidos, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios, foram condenados a 21 anos e 6 meses e 23 anos de prisão, respectivamente.
“[Após esse julgamento] eu tenho certeza que nosso Estado vai desenvolver uma sociedade mais justa e esperamos que logo venham outras condenações [contra Jamil Name]”, disse Paulo Xavier.
Por fim, o pai de Matheus Coutinho comentou que a pena carrega um sentimento de justiça, mas volta a repetir que “não há pena para essa milícia que traga meu filho de volta”.
Réus são condenados a mais de 20 anos
Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato de Matheus Coutinho, morto em abril de 2019 no lugar do pai, Paulo Xavier, o PX. Ele foi condenado sob acusação de ser o mandante do crime. O julgamento, considerado o maior da história de Mato Grosso do Sul, foi finalizado na noite desta quarta-feira (19), após três dias de sessões em Campo Grande.
Os outros acusados, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios foram condenados a 21 anos e 6 meses e 23 anos de prisão, respectivamente. Os dois são apontados como os responsáveis por organizar a execução.
Após mais de 1 hora reunidos, os jurados do Conselho de Sentença condenou Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios pelos crimes de homicídio com duas qualificadoras – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima – e posse ou porte ilegal de arma de fogo. Os réus foram absolvidos do crime de receptação.
Confira como ficou a condenação de cada um dos réus
Jamil Name Filho – Total de 23 anos, foi condenado à pena de 20 anos de reclusão por homicídio qualificado – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima; três anos e seis meses de reclusão e pagamento de 60 dias-multa por posse ou porte ilegal de arma de fogo. Ele foi absolvido da acusação de receptação.
Marcelo Rios – Total de 23 anos e pagamento de 120 dias-multa, foi condenado à pena de 18 anos de reclusão por homicídio qualificado – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima; um ano e seis meses de reclusão e pagamento de 60 dias-multa por receptação do veículo roubado utilizado no crime; três anos e seis meses mais pagamento de 60 dias-multa por posse ou porte ilegal de arma de fogo.
Vladenilson Olmedo – Total de 21 anos, foi condenado a 18 anos de reclusão por homicídio qualificado – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima; três anos e 6 meses de reclusão por posse ou porte ilegal de arma de fogo mais 60 dias-multa.
O que motivou a execução?
As investigações demonstraram que Jamil Name e Jamil Name Filho teriam ordenado a morte de Paulo Xavier. PX já teria atuado com a família, na prestação de serviços enquanto também atuava como policial militar.
Inclusive, já teria feito segurança particular de Jamilzinho, na época em que ele teve uma briga com Marcel Colombo, o ‘playboy da mansão’, em 2018. Marcel foi assassinado a tiros em uma cachaçaria da cidade, também segundo a investigação a mando da família Name.
Foi nessa época que PX conheceu o advogado Antonio Augusto de Souza Coelho, com quem passou a ter uma relação próxima. Paulo Xavier também tinha vínculos com a Associação das Famílias para Unificação e paz Mundial.
Nesse período, Antonio foi procurado pela associação, para resolver pendências comerciais e negociar propriedades. Foi então que passou a negociar com a família Name, que se viu em prejuízo financeiro.
Depois, PX teria passado a prestar serviços para o advogado e parou de atender a família Name. Foi então que os líderes decidiram pela morte do policial. No contexto da denúncia, é relatado que a organização criminosa se baseava na confiança e fidelidade, por isso o abandono ao grupo foi malvisto.
A partir da ordem de execução de Paulo Xavier, homens de confiança da família Name foram acionados para colocarem o plano de morte em prática. São eles Marcelo Rios, ex-guarda municipal de Campo Grande, e o policial aposentado Vladenilson Olmedo.
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