O julgamento que culminou na condenação de Jamil Name a 23 anos e 6 meses de cadeia por encomendar a morte de Matheus Coutinho não agradou ao pai da vítima. Paulo Xavier, conhecido como PX, afirmou que esperava a pena máxima, de 30 anos.

Para o pai, qualquer pena não será capaz de “trazer o filho de volta”, mas é um passo “para aquecer a alma do filho que aguarda há quatro [pela sentença]”.

Além de , os outros envolvidos, Vladenilson Olmedo e , foram condenados a 21 anos e 6 meses e 23 anos de prisão, respectivamente.

“[Após esse julgamento] eu tenho certeza que nosso Estado vai desenvolver uma sociedade mais justa e esperamos que logo venham outras condenações [contra Jamil Name]”, disse Paulo Xavier.

Por fim, o pai de Matheus Coutinho comentou que a pena carrega um sentimento de justiça, mas volta a repetir que “não há pena para essa que traga meu filho de volta”.

Pais de Matheus, Paulo Xavier e Cristiane Coutinho se abraçam após condenação dos acusados pela morte do filho. (Kísie Ainoã, Jornal Midiamax)

Réus são condenados a mais de 20 anos

Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato de Matheus Coutinho, morto em abril de 2019 no lugar do pai, Paulo Xavier, o PX. Ele foi condenado sob acusação de ser o mandante do crime. O julgamento, considerado o maior da história de Mato Grosso do Sul, foi finalizado na noite desta quarta-feira (19), após três dias de sessões em Campo Grande.

Os outros acusados, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios foram condenados a 21 anos e 6 meses e 23 anos de prisão, respectivamente. Os dois são apontados como os responsáveis por organizar a execução.

Após mais de 1 hora reunidos, os jurados do Conselho de Sentença condenou Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios pelos crimes de homicídio com duas qualificadoras – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima – e posse ou porte ilegal de arma de fogo. Os réus foram absolvidos do crime de receptação.

Confira como ficou a condenação de cada um dos réus

Jamil Name Filho – Total de 23 anos, foi condenado à pena de 20 anos de reclusão por homicídio qualificado – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima; três anos e seis meses de reclusão e pagamento de 60 dias-multa por posse ou porte ilegal de arma de fogo. Ele foi absolvido da acusação de receptação.

Marcelo Rios – Total de 23 anos e pagamento de 120 dias-multa, foi condenado à pena de 18 anos de reclusão por homicídio qualificado – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima; um ano e seis meses de reclusão e pagamento de 60 dias-multa por receptação do veículo roubado utilizado no crime; três anos e seis meses mais pagamento de 60 dias-multa por posse ou porte ilegal de arma de fogo.

Vladenilson Olmedo – Total de 21 anos, foi condenado a 18 anos de reclusão por homicídio qualificado – motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima; três anos e 6 meses de reclusão por posse ou porte ilegal de arma de fogo mais 60 dias-multa.

O que motivou a execução?

As investigações demonstraram que Jamil Name e Jamil Name Filho teriam ordenado a morte de Paulo Xavier. PX já teria atuado com a família, na prestação de serviços enquanto também atuava como policial militar.

Inclusive, já teria feito segurança particular de Jamilzinho, na época em que ele teve uma briga com Marcel Colombo, o ‘playboy da mansão', em 2018. Marcel foi assassinado a tiros em uma cachaçaria da cidade, também segundo a investigação a mando da família Name.

Foi nessa época que PX conheceu o advogado Antonio Augusto de Souza Coelho, com quem passou a ter uma relação próxima. Paulo Xavier também tinha vínculos com a Associação das Famílias para Unificação e paz Mundial.

Nesse período, Antonio foi procurado pela associação, para resolver pendências comerciais e negociar propriedades. Foi então que passou a negociar com a família Name, que se viu em prejuízo financeiro.

Depois, PX teria passado a prestar serviços para o advogado e parou de atender a família Name. Foi então que os líderes decidiram pela morte do policial. No contexto da denúncia, é relatado que a organização criminosa se baseava na confiança e fidelidade, por isso o abandono ao grupo foi malvisto.

A partir da ordem de execução de Paulo Xavier, homens de confiança da família Name foram acionados para colocarem o plano de morte em prática. São eles Marcelo Rios, ex-guarda municipal de Campo Grande, e o policial aposentado Vladenilson Olmedo.