2º dia de julgamento tem dispensa de testemunhas e depoimento dos três réus

Maior júri da história de MS tem Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo como réus pela morte de Matheus Coutinho

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Três réus foram ouvidos na tarde desta terça-feira (18). (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Termina o segundo dia de julgamento sobre o assassinato de Matheus Coutinho, executado a tiros em abril de 2019, dentro de uma caminhonete S-10, em frente de casa, em Campo Grande. Estão sendo julgados pelo crime: Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo, ‘Vlad’. Os três prestaram depoimento nesta terça-feira (18) e o maior júri da história de MS vai para a fase final e tem previsão de desfecho ainda na quarta-feira (19), conforme o juiz Aluízio Pereira dos Santos.

Agora, o terceiro dia de júri será marcado pelos debates entre a defesa e acusação. Assim, o resultado que estava previsto para sair na quinta-feira (19), deverá ser antecipado.

Este segundo dia foi marcado por desistência de testemunhas por parte das defesas de Rios e Name, que abriu mão dos depoimentos de suas testemunhas, que eram um psiquiatra e a ex-mulher de Rios, Eliane Batalha, considerada peça-chave da operação Omertà. Ela, porém, testemunhou pela defesa do ex-marido. O ex-policial militar Orlando de Oliveira de Araújo, apontado como chefe de milícia no Rio de Janeiro também não testemunhou pela defesa de Rios.

Neste segundo dia, foram ouvidas uma testemunha de acusação, o delegado João Paulo Sartori, além de testemunhas de defesas como Wagner Louro, cunhado do policial civil aposentado Vladenilson, advogado Silvano Gomes, o policial civil Mário Cesar Velasques e Eliane Benitez Batalha.

Eliane, considerada peça-chave na investigação, mudou a versão do depoimento. Primeiro, disse que o ex-marido trabalhava para os Names e fazia “de tudo um pouco”. Ela contou que, quando descobriu do serviço, ele já estava há oito meses no negócio.

Para justificar a mudança de depoimento, ela acusou os policiais do Garras de ameaça e ‘terror psicológico’ diante dos filhos, já que ficaram alojados por quase uma semana na delegacia.

Durante depoimento de Eliane, tiveram vária pausas, pois ela se emocionava ao falar dos filhos. Por fim, o juiz autorizou que Marcelo Rios reencontrasse os filhos, que não via há 4 anos, desde que foi preso.

Depois de mais uma pausa, foi a vez dos três réus serem ouvidos.

Réus negaram envolvimento com morte de Matheus

Todos explicaram o relacionamento com a família Name. O primeiro a falar, Vlad, negou qualquer envolvimento no crime, disse que estava viajando e só soube da morte de Matheus, quando voltou de viagem, por uma advogada que é sua amiga. “Sou inocente dessa acusação”, afirmou.

Em seguida Marcelo Rios confessou ter guardado as armas na casa dos Names, mas negou envolvimento no assassinato de Matheus. Disse não conhecer nenhum hacker – que teria rastreado PX – e negou saber quem teria intermediado a morte de Matheus.

Ainda no interrogatório de Rios, ele acusou, assim como Eliane, o delegado Fábio Peró de tortura, ameaças e agressão. “Me amarraram pelos braços no alto. Peró me arrebentou, me levando a arrebentar o meu braço”, contou, acusando ainda o delegado Fábio Peró de usar drogas. “Delegado Peró cheirou cocaína e tomou Whisky na minha frente, enquanto apanhava”, contou, dizendo que apenas os exames que realizou em Mossoró comprovam as agressões.

O delegado se defendeu e disse que as acusações graves fazem parte do ‘desespero da defesa’.

Name, em depoimento, também negou o crime. Disse que nunca mandou matar ninguém. “Eu não fui mandante nem da morte do Paulo Xavier e nem da morte de ninguém. Eu não tenho essa índole, de maneira de lidar com as coisas. Fiquei sabendo da morte no outro dia de manhã”, contou. Afirmou ainda não ter problemas com PX.

Testemunhas que não participaram

A defesa de Jamil Name Filho abriu mão do restante de suas testemunhas, um psiquiatra e a peça-chave da Omertà, Eliane Benitez Batalha.

defesa de Marcelo Rios desistiu de ouvir como testemunha o ex-policial militar Orlando de Oliveira de Araújo.

Conhecido como Orlando Curicica, o ex-policial é apontado como chefe da milícia no Rio de Janeiro. Atualmente, está preso no Presídio Federal de Mossoró (RN). Ele foi condenado a 25 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado.

Não foi relatado o motivo pelo qual ele seria ouvido como testemunha, nem o motivo da desistência da defesa. Orlando está detido no mesmo presídio em que Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo estão presos. Ele seria ouvido por videoconferência.