Ouvida como testemunha do ex-marido, o ex-guarda civil e réu , Eliane Benitez Batalha mudou depoimento dado à polícia e afirma que ela e os filhos teriam sido vítimas de ‘terror psicológico' no , delegacia onde ficou com os filhos por cerca de 4 dias quando o marido na época foi preso. Por medo e ameaças, a mulher buscou ajuda e por isso ficou alojada na delegacia com os filhos, na época de 5 e 7 anos.

Diferente do que disse anteriormente, que o marido estava preocupado com o assassinato por engano de Matheus, já que o alvo era o ‘PX', agora, ela focou em dizer que teria sofrido influências dos policiais.

Eliane disse que as crianças corriam no pátio pedindo socorro e que o filho, que tem déficit de atenção e autismo, passou a ter transtorno de ansiedade. “Minha filha tem TDAH. Nunca tive ajuda de ninguém. A única pessoa que poderia ajudar seria a polícia e eles fizeram isso. Nenhum psicólogo apareceu lá para ajudar”, contou.

A mulher e os filhos ficaram quase uma semana na delegacia e dormiam no alojamento. “A gente não dormia, não aguentava ficar mais ali. Era o Marcelo chorando pedindo socorro e outro menino que eu não lembro o nome. Os policiais falavam que ia arrancar minha cabeça e falavam isso para o meu filho”, relatou.

“Vamos arrancar a cabeça da sua mãe”, teria dito o delegado Fábio Peró ao filho de Eliane quando ele procurava pela mãe na delegacia, conforme o depoimento dela ao júri. Nesse dia, Eliane havia ido em casa com policiais para buscar roupas de frio para as crianças e os policiais não deixaram as crianças irem. Ainda nesse dia, ela disse que foi ameaçada, pois os policiais apontaram arma para seu rosto. “Se eu quisesse ver meus filhos, era pra fazer conforme estava sendo me dito”, disse.

“Meu filho fala que quer morrer. Estou correndo atrás de tratamento para eles, porque nunca tive esse retorno. Meu filho tinha um sonho de ser policial, ser um guarda municipal, mas hoje ele não quer mais isso porque ele tem medo”, concluiu.

Durante depoimento de Eliane, foram feitas algumas pausas, pois ela toda vez que falava sobre o que os filhos vivenciaram na delegacia se emocionava e chorava.

Réu fazia ‘de tudo um pouco' na casa dos Name

Ainda durante interrogatório, questionada se sabia o que o marido na época fazia na casa dos Name, a mulher explicou que ‘de tudo um pouco'. “Lavar calçada, acompanhava filho em show, entregar cobertor. Acho que o salário que o Marcelo recebia R$ 625, salário dos Names”, disse.

Explicou ainda que ele era Guarda Municipal, depois trabalhou no mercado e após sair do mercado ela não sabia onde ele estava trabalhando, só depois de cerca de 8 meses é que ela soube que Rios estava trabalhando na casa da família Name. “Nos momentos de ele estava em casa. Quem sustentava a casa era o Marcelo, ele cuidava das crianças”, contou.

Na época, no Garras, a mulher relatou que o marido trabalhava para a família Name, e que estava preocupado com o assassinato por engano de Matheus, já que o alvo era o ‘PX'.

Eliane ainda detalhou que pegou conversas do marido que tinha como missão entregar dinheiro a um delegado para atrasar as investigações de Ilson Figueiredo, morto na Avenida Guaicurus, com vários tiros de fuzil.