Um dos presos na operação contra a ‘Sintonia dos Gravatas' do PCC (Primeiro Comando da Capital), na última sexta-feira (25), em Campo  Grande, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), teria fornecido senhas de acesso a sistemas da polícia a um dos advogados de um membro da facção criminosa. Seis foram presos durante a operação.

Ainda segundo consta, o ex-chefe de cartório da 1ª Vara de Execução Penal de Campo Grade, passava informações privilegiadas, como decisões judiciais, manifestações e procedimentos administrativos instaurados em presídios. Foi dado acesso pelo servidor ao advogado aos sistemas Sigo e Siapen.  

Com isso, o advogado teria feito consulta ao nome de um delegado de polícia da cidade. Ele também repassou informações e transferências de líderes do PCC para o Sistema Penitenciário Federal. Ainda foram localizadas conversas no celular do ex-servidor acerca de ordens a integrantes do PCC para que promovessem o assassinato de juiz da Vara de Execuções Penais de Uberlândia/Minas Gerais, da juíza e da promotora de Justiça atuantes perante a 2ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte/Minas Gerais.

No celular dele também foram encontradas ordens, conhecidas como ‘salves' do PCC, o que reforça a suspeita do seu envolvimento como infiltrado dessa organização criminosa no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.  

Foram confirmadas as prisões de 6 advogados de Mato Grosso do Sul, que estariam ligados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Um ex-chefe de cartório — que é servidor do judiciário — e policial penal também foram presos. Mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa do agente penitenciário.

Servidores ligados ao PCC

A operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) cumpriu mandados contra os advogados, um servidor do Poder Judiciário — ex-chefe de Cartório —, servidor da e também o policial penal. Outras pessoas também foram alvos em , Dourados, e Jaraguari.

A ação, denominada Courrier — correspondência —, cumpriu ao todo 38 mandados judiciais. Conforme o , a operação mira o núcleo ‘Sintonia dos Gravatas', célula em que advogados usam de suas funções para transmitir recados aos faccionados presos, daí o nome da operação.

Ainda de acordo com o Gaeco, o grupo criminoso estaria articulando atentados contra a vida de agentes públicos, entre eles promotor do Gaeco e um juiz de de Campo Grande. Um advogado foi preso no condomínio Acqua Verano, na Avenida Rachid Neder. Ele é defensor de um dos suspeitos de envolvimento na morte do garagista Carlos Reis Medeiros, conhecido como ‘Alma', que desapareceu no dia 30 de novembro de 2021.

Já na rua Sebastião Lima, na residência onde mora um casal, policiais cumpriram dois mandados, sendo um de busca e apreensão e um de prisão. Garras, Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário) também atuam na operação.

A Defensoria Pública de MS informou em nota que o servidor alvo da operação não é defensora ou defensor público. “A Defensoria informa, ainda, que acompanha o caso que cita o servidor, aguarda por mais informações a respeito da operação e está à disposição para colaborar com as instituições que realizam a investigação no que for necessário”.