‘Se sentia o dono dela’ diz amiga em despedida de Eloisa morta a facadas por ex-marido em Campo Grande
Em depoimento, Fabiano disse que preferia ‘matar a bater’
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Com muita tristeza, foi que amigos e familiares se despediram de Eloisa Rodrigues da Silva de 36 anos, na tarde deste sábado (19), em Campo Grande, no cemitério Santo Amaro. Eloisa foi assassinada com quatro facadas pelo ex-marido Fabiano Querino, que foi preso nessa sexta-feira (18).
Roberta Ajala de 46 anos, auxiliar de dermatologia contou ao Jornal Midiamax que, Eloisa sofria violência física, psicológica e que Fabiano se achava o ‘dono dela’. O único momento em que ela espairecia era quando conversa com as amigas e falava que queria mudar de vida, mas nunca sobrava dinheiro.
A advogada Natasha Gabriela de 27 anos, filha da senhora que cuidava dos filhos de Eloisa, disse para o Midiamax que a vítima era muito trabalhadora, esforçada e nunca deixava os filhos. “Ela queria se cuidar, queria uma nova vida”, relatou. Ainda de acordo com a advogada, Eloisa ainda teria dito que “que era o último BO que ela ia registrar contra ele (Fabiano), e que iria mudar de casa”.
O último boletim de ocorrência feito por Eloisa foi registrado no dia 3 de março, 14 dias antes de ser assassinada por Fabiano com quatro facadas na frente dos filhos, na sua casa, no Parque do Lageado.
O pai de Eloisa viajou cerca de 740 quilômetros do interior de São Paulo até Campo Grande, “Eu vi ela nascer, como não ia ver ela dentro do caixão”, disse Ernande Nascimento de Oliveira de 55 anos. Mostrando uma foto de Eloisa ainda pequena ele falou, “Esse era meu momento de alegria, quando ela estava sempre perto de mim”, falou.
Ernande ainda afirmou que a filha não tinha ‘boca para nada’. “Ela era uma princesa, uma guerreira que se dedicava aos filhos”, disse o pai de Eloisa que com a voz triste se despediu da filha nessa tarde chuvosa e nublada de sábado (19).
Crianças abaladas
Muito abalados ainda com a morte brutal da mãe, os filhos de Eloisa falam que nunca mais vão vê-la, e o bebê, de apenas 1 ano e 7 meses, chora muito sentindo a falta da mãe, afirma a avó das crianças.
Dona Terezinha, de 58 anos, disse ao Jornal Midiamax que a neta de 5 anos está bem abalada, triste com o que aconteceu. Segundo a mulher, a menina fica dizendo a todo o momento: “Minha mãe foi embora e nunca mais vou ver ela”.
Os outros filhos de Eloisa, que moravam com a avó, também estão bastante abalados com tudo que ocorreu, principalmente, a garota de 16 anos, disse dona Terezinha. “A gente não consegue entender o que aconteceu. Imagina eles que perderam a mãe de forma tão violenta”, falou ao Midiamax.
Ela ainda relatou que todos sabiam das agressões que Eloisa sofria nas mãos de Fabiano, mas que não adiantava em nada os boletins de ocorrência, que a ex-nora fazia contra o homem. “Nós falamos para ela largar dele, demos conselhos, mas de nada adiantou”.
Ela ainda disse que as crianças vão passar por acompanhamento com psicólogos devido ao trauma da morte brutal de Eloisa. Ao todo, Eloisa tem seis filhos de, 16, 15,10, o menino de 9 e a menina de 5, que viram a mãe ser assassinada, além do bebê de 1 ano e 7 meses, fruto do relacionamento de Eloisa com Fabiano. “Amor para eles nunca vai faltar”, finalizou dona Terezinha ao dizer sobre os netos.
‘Preferi matar do que bater’
Fabiano Querino dos Santos foi preso nessa sexta-feira (18), em Ribas do Rio Pardo, a 98 quilômetros de Campo Grande, quando se escondia na casa de amigos. Logo após o crime, na quarta-feira (16), Fabiano chegou a ficar escondido ainda na Capital voltando na manhã do dia 17 até a casa de Eloisa para ver se ela havia morrido, e só depois fugido.
Quando preso, ele não demonstrou arrependimento e chegou a dizer em depoimento que ‘preferiu matar do que bater’. Fabiano insistiu em afirmar que matou Eloisa porque ela mantinha um relacionamento com outra pessoa. No entanto, não soube nem dizer o nome deste suposto amante. A suspeita é de que o acusado tenha inventado tal informação, agindo por motivo fútil.
Além disso, Fabiano não teria gostado de não ter roupas ou sapato na casa da vítima. Ele também dizia que tinha sido “envergonhado diante da sociedade e da polícia”, por conta dos boletins de ocorrência já registrados pela vítima contra ele, 5 no total. Após as facadas, Fabiano saiu calmamente da casa, enquanto Eloisa gritava por socorro.
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