Na quinta-feira (9), Operação Capital, da Polícia Federal, prendeu 8 policiais militares no Paraná, e um foi afastado das funções. Eles são acusados de integrarem organização criminosa de contrabando de cigarros na região de Guaíra (PR), na fronteira com e divisa com Mato Grosso do Sul.

De acordo com a PF, foram cumpridos 53 mandados de prisão, além dos 96 mandados de busca e apreensão em várias cidades do Paraná, dos quais 84 mandados foram cumpridos em Guaíra. Foram apreendidos 21 veículos, além de uma motocicleta BMW, tratores, caminhão, lancha, camionete e um trailer.

Também foram sequestrados 31 bens imóveis e as contas em nomes dos chefes das organização foram bloqueadas. As investigações duraram aproximadamente 7 meses, período em que a PF identificou que o grupo chegou a movimentar até 750 mil maços de cigarros e uma única noite.

O contrabando equivale a aproximadamente R$ 3,75 milhões. Ao todo, foram identificados pelo menos 100 integrantes da organização criminosa, entre líderes, pilotos e ‘olheiros’. Entre os integrantes estavam policiais militares, que recebiam propina para facilitar as atividades do grupo.

Os policiais são acusados de corrupção e teriam dado informações sobre a atuação das forças de segurança, fazendo ‘vista grossa’ para o contrabando’. O mesmo já foi observado em Mato Grosso do Sul, quando foi identificada a Máfia dos Cigarreiros.

Ainda conforme a PF, os investigados responderão pela prática de crimes de contrabando, participação em organização criminosa e corrupção ativa e passiva, cujas penas, se somadas, podem ultrapassar 25 anos de prisão.

Policiais foram alvos da operação
Valores apreendidos na operação – Divulgação/PF

Policiais integravam Máfia dos Cigarreiros

Em Mato Grosso do Sul, as operações Oiketikus, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), e Nepsis, da Polícia Federal, tiveram como alvos organizações criminosas que atuavam no contrabando de cigarros do Paraguai. Entre os presos estão policiais militares que, da mesma forma como os militares do Paraná, também facilitavam o crime.

A aconteceu em setembro de 2018, em 5 estados brasileiros. Entre os presos, estavam policiais da PRF (Polícia Rodoviária Federal), e Civil de MS. Só em 2017, os envolvidos teriam sido responsáveis pelo encaminhamento de ao menos 1.200 carretas carregadas com cigarros contrabandeados às regiões sudeste, centro-oeste e nordeste.

Os valores em mercadorias contrabandeadas atingem cifras superiores a R$ 1,5 bilhão. Os réus foram condenados no ano passado e as penas, somadas, ultrapassam os 500 anos de prisão. Já da Operação Oiketicus, 28 policiais militares foram denunciados após a ação que cumpriu mandados em cidades de MS.

Apontado como uma das lideranças, tenente-coronel Admilson Cristaldo Barbosa começou a cumprir em maio deste ano a pena definitiva de 4 anos, 9 meses e 18 dias de reclusão, por corrupção.