O filho do narcotraficante Jarvis Pavão, Luan Azevedo Pavão foi preso nesta quinta-feira (27), em um apartamento de luxo, em Balneário Camboriú, na deflagração da operação Pavo Real, contra membros e integrantes do clã de Pavão, que mesmo de dentro da penitenciária federal continuava a comandar o tráfico internacional de drogas.

A prisão de Luan aconteceu no edifício Torre de Lyon, no bairro Pioneiros, em Camboriú. Outros membros da família também tiveram a prisão decretada pela Polícia Federal, que cumpriu 21 mandados de prisão, sendo 16 preventivas e 05 temporárias, e 67 mandados de busca e apreensão, nos estados de Rondônia, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal.

Em Campo Grande, Ghandi Jacob foi preso em sua casa no bairro Vila Rica. Ele é apontado pela Polícia Federal como um dos ‘chefões do tráfico internacional'. Não se tem ainda as identidades dos outros presos na Operação Pavo Real. Da residência foram levados documentos e a camionete Toyota SW4. Os policiais tiveram de arrombar a porta para entrar na casa. Em outro endereço no bairro Amambai, os agentes levaram câmeras e a central de armazenamento das imagens do imóvel que estava em reforma.

Organização criminosa

Foi descoberta pela PF,  a existência de uma organização criminosa voltada para a ocultação do patrimônio obtido com o tráfico internacional de drogas, que em sua maioria era dos familiares do investigado, incluindo a esposa, mãe, padrasto, filhos, genros, irmãos e sobrinhos. Todos com prisão decretada, agora, pela Justiça Federal de Porto Velho.

Agentes Federais de Execução Penal apreenderam, na cela do detento, na Penitenciária de Porto Velho bilhetes escritos de próprio punho, o que foi posteriormente confirmado por perícia contendo anotações de diversos identificados apenas por siglas e codinomes, tanto no Brasil quanto no exterior.

Primeira fase da operação

Em junho de 2019, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da operação, com o cumprimento de mandados de busca em imóveis de alto padrão, alugados pelos familiares do interno, na cidade de Porto Velho, ocasião na qual ocorreu a apreensão de arma, munições e diversos documentos e equipamentos eletrônicos que reforçaram o esquema de lavagem de capitais. Os criminosos passaram a residir nos imóveis citados com o intuito de facilitar as visitas à Penitenciária Federal.

Mesmo sem a apreensão de qualquer substância entorpecente ao longo da investigação, a Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 302 milhões, das contas de 96 investigados, entre pessoas físicas e jurídicas, e a suspensão da atividade comercial de 22 empresas utilizadas, pela organização criminosa, para a movimentação dos valores ilícitos.

A Justiça Federal determinou, também, o específico de 17 veículos de luxo, com valores individuais de mercado superiores a R$ 100 mil cada, que, somados, alcançam um valor aproximado de R$ 2.3 milhões, além do sequestro de todos os veículos em nome/em uso pelos investigados.

Foram sequestrados, ainda, cerca de 50 imóveis que, segundo valores atuais de mercado, ultrapassam a quantia de R$ 50 milhões, além de dezenas de outros imóveis, registrados em nome de membros da organização criminosa, cujo valor patrimonial total será apurado após a deflagração.

Guerra para o controle do tráfico na fronteira

Após a execução Jorge Raffat em junho de 2016 há uma disputa na fronteira do Estado pelo controle do narcotráfico. Na tentativa de ‘minar' o terreno para Sérgio de Arruda Quintiliano, conhecido como ‘Minotauro', que também havia entrado na disputa pelo narcotráfico na fronteira, Pavão se uniu a facção criminosas.

As facções criminosas PCC e CV (Comando Vermelho) se uniram na época ao também narcotraficante Jarvis Pavão para a execução de Raffat que foi assassinado com 16 tiros de fuzil e Mag antiaérea. Mas, após a morte de Raffat o grupo acabou brigando e terminando com a parceria.