Pai de santo é suspeito de estuprar irmãos de 13 e 14 anos em terreiro no Dom Antônio
Pai de santo de 39 anos foi denunciado à Polícia Civil pelo estupro de dois meninos irmãos, de 13 e 14 anos, em Campo Grande. A mãe das vítimas, uma esteticista de 33 anos que frequenta o terreiro, registrou boletim de ocorrência na tarde desta quarta-feira (10), na Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e […]
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Pai de santo de 39 anos foi denunciado à Polícia Civil pelo estupro de dois meninos irmãos, de 13 e 14 anos, em Campo Grande. A mãe das vítimas, uma esteticista de 33 anos que frequenta o terreiro, registrou boletim de ocorrência na tarde desta quarta-feira (10), na Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DEPCA).
Os abusos, disse a mulher, ocorriam há cerca de um ano e dois meses, quase sempre em um quarto de orações no terreiro de candomblé localizado no bairro Dom Antônio Barbosa.
A mulher relatou que os fatos vieram à tona ontem, após descobrir uma traição do pai de santo. Ele foi flagrado traindo o marido com um filho de santo de 20 anos.
“Quando soube, perguntei aos meus filhos se eles tinham sido abusados, pois também eram filhos de santo e estavam sempre sozinhos com ele no terreiro, e inclusive dormiam lá. Eles acabaram contando. Nós frequentávamos o local desde janeiro do ano passado, e desde fevereiro eles vinham sendo abusados, sem contar a ninguém”, pontuou a mãe.
Segundo a denúncia, o pai de santo se aproveitava da posição de líder espiritual para cometer e justificar os estupros.
“Eles me disseram que ele afirmava ser algo natural entre homens e que estava ali para ensiná-los. Ele falava que era um homem maduro, que conhecia o próprio corpo, e por isso deveria ensinar os meninos a conhecerem seus corpos também”, lamentou. Os abusos geralmente começavam com toques e carícias e terminavam em conjunção carnal.
O local dos estupros era o espaço do terreiro reservado para orações, considerado ‘sagrado’ pelos fieis.
A mãe das vítimas contou ainda que foi abusada na infância e não teve apoio dos familiares. Por este motivo, sempre acompanhou de perto a rotina dos filhos e, inclusive, restringe o acesso deles às redes sociais e à internet, tanto que os garotos sequer têm aparelho de telefone celular.
“Em casa é tudo monitorado”, disse ela, enquanto registrava a ocorrência. “Faço por eles o que eu gostaria que tivessem feito por mim”, pondera.
O inquérito deve ficar a cargo da delegada Francielle Candotti Santana, que atendeu a família na DEPCA e solicitou exame de corpo de delito. Ainda segundo a mãe, se o marido do pai de santo não tivesse pulado o muro do terreiro e flagrado a traição registrando as imagens com celular, talvez os estupros jamais fossem descobertos. “Os meninos não me contaram, porque achavam que era algo normal para a idade deles, mas não é. Eles achavam que eu tinha conhecimento”.
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