Uma cidade do interior de Mato Grosso do Sul viveu momentos de terror quando em 2008 uma série de assassinatos aconteceram. , a 158 quilômetros de Campo Grande, acabou se tornando conhecida por ter como morador Dyonathan Celestrino, conhecido como ‘'.

Em agosto de 2008, o corpo da frentista Letícia Neves de Oliveira de 22 anos era encontrado nu, em cima de um túmulo em forma de cruz. Ela foi assassinada por asfixia. Antes de ser encontrada morta, a vítima tinha saído de casa avisando que ia encontrar alguns amigos.

O corpo dela foi encontrado a 400 metros de sua casa. Ao todo, o ‘Maníaco da Cruz' assassinou por esganadura três pessoas, o pedreiro Catalino Gardena, 33 anos, a frentista Letícia Neves de Oliveira, 24 anos, e a estudante Gleice Kelly da Silva, 13 anos. As vítimas foram esfaqueadas ou estranguladas e tiveram os corpos deixados em posição de crucificação em cemitérios.

Na época dos assassinatos Dyonathan tinha 16 anos, e a polícia chegou até ele depois de uma mensagem no perfil do Orkut da vítima Gleice ser deixada pelo ‘Maníaco da Cruz', que usava o nome de Dog Hell 666. O sigilo telefônico da vítima foi quebrado e descobriu-se que Dyonathan ligava para sempre até mesmo depois da sua morte.

Em outubro, o Maníaco da Cruz foi apreendido em sua casa e no seu quarto a polícia encontrou recortes de jornal, um canivete sujo de sangue, a blusa e o celular de Gleice e revistas pornográficas. Dyonathan foi internado na Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã, cidade a 346 quilômetros de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai.

Dyonathan disse na época que matou as vítimas por não seguirem os preceitos de Deus, já que Catalino era Alcoólatra e homossexual, Letícia por que travesti e Gleice por ser usuária de drogas.

Entre 2015 e 2016, ele teve pelo menos três episódios de ameaças aos agentes penitenciários. A Agepen optou por não classificar como surtos, mas, mesmo assim, ele passou por avaliação de especialistas. Sem ter um local apropriado para ser transferido, ele permaneceu no Instituto Penal.

Em novembro de 2017,  a Justiça considerou “irregular e ilegal” a permanência de Dyonathan no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande). Em decisão do dia 13 de novembro, o juiz da 1ª Vara de Execução Penal, Caio Márcio de Britto determinou a transferência do jovem para outro local.

Em janeiro de 2018, o MP (Ministério Público) ofereceu denúncia contra o Dyonathan pelo ataque a um agente penitenciário. O ‘Maníaco da Cruz' como ficou conhecido foi apreendido pelos assassinatos cumprindo medida socioeducativa [prevista pela legislação até os 21 anos]. Pela sua condição psicológica, é mantido em internação no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).

Em março deste ano, a Secretaria de Estado de Saúde e a presidência do Tribunal de Justiça afirmaram que o melhor lugar para Dyonathan Celestrino ainda é a ala de saúde do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. Segundo o despacho, o melhor lugar para ele ainda é o presídio “que não há, por ora, medidas a serem tomadas, senão aquelas já providenciadas por este juízo”. A internação do ‘Maníaco da Cruz' é medida de segurança, mas o impasse seria pelo fato de não ter hospital psiquiátrico para ele.