Há 8 anos preso em Campo Grande, Maníaco da Cruz chocou MS com três homicídios

Sem local para interná-lo, Justiça o manteve no IPCG

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

A morte de três bebês  e duas funcionárias durante ataque a uma creche ocorrido na manhã de terça-feira (04), no oeste de Santa Catarina, foi cometido de forma cruel por um jovem de 18 anos apontado pela polícia como problemático.  Os atos chocaram o país e se assemelham aos crimes de Dionatham Celestrino que, aos 16 anos de idade, assustou Mato Grosso do Sul após assassinar três pessoas no município de Rio Brilhante, a 158 quilômetros de Campo Grande.

Os casos podem ser correlacionados porque envolvem dois jovens assassinos. No caso de Santa Catarina, a polícia alega que o autor tinha histórico de maus-tratos a animais, era vítima de bullyng e não queria mais frequentar a escola. Ele atacou as crianças, uma professora e uma agente educacional com golpes de facão, sem qualquer chance de defesa a elas. Já Dionatham alegava que adorava a Cruz de Ansata e que, ao tirar a vida das pessoas, estava purificando-as, livrando-as de uma suposta vida de perversão.

Maníaco

Preso há 13 anos, Dionatham, que já completou 29 anos, recebeu o apelido de ‘Maníaco da Cruz’ em razão da posição em que deixava os corpos das vítimas.  Em julho de 2008, ele matou o pedreiro Catalino Gardena, 33 anos, em agosto daquele mesmo ano a vítima foi a frentista Letícia Neves de Oliveira, 24 anos, e depois, em outubro, matou a estudante Gleice Kelly da Silva, 13 anos. As vítimas, consideradas por ele ‘falsas cristãs’, foram esfaqueadas ou estranguladas e tiveram os corpos deixados em posição de crucificação em cemitérios.

Dionatham foi apreendido e confessou os atos infracionais análogos a homicídio, ficando internado na Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã, município localizado na fronteira. Em março daquele ano, ele fugiu e foi recapturado meses depois, na cidade de Horqueta, no Paraguai, onde tentava levar uma vida acima de qualquer suspeita.

O Poder Judiciário esteve diante de vários impasses para definir o destino do rapaz, já que ele havia sido diagnosticado com transtorno de personalidade antissocial e homicida em série e, por este motivo, necessitava de uma internação especializada. Porém, não há nenhum estabelecimento específico para atendimento em Mato Grosso do Sul e os que existem em outros estados não o aceitavam, seja por falta de vagas ou por motivos de segurança. 

Com futuro incerto, ele está recolhido no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) onde, de acordo com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), fica em cela separada e recebe atendimento médico regularmente. Entre os anos de 2015 e 2016, teve ao menos três episódios de ameaças e vias de fato contra agentes e presos, sendo condenado por vias de fato a 15 dias de prisão.

Conteúdos relacionados