Foi exonerado do cargo comissionado de assessor especial na Casa Civil do Governo de Mato Grosso do Sul o sargento Ricardo Campos Figueredo, preso na quarta-feira (16), em , por obstrução da justiça durante operação da Corregedoria da PMMS e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), que investiga suposta cobrança de propina feita por policiais para facilitar entrada de cigarro contrabandeado no Estado.

Fontes ligadas ao Governo confirmaram a exoneração, que deve ser publicada em Diário Oficial na segunda-feira (21). Ele continua, no entando no quadro da PM. Além de sargento, Ricardo estava nomeado assessor especial no Governo Estadual.

Consta no portal da transparência que, contabilizando eventuais abonos salariais, a remuneração dele com a função de confiança comissionada  podia ultrapassar R$ 16 mil.

Governo tira cargo de confiança de sargento que quebrou celulares ao ser preso em operação

Policiais que acompanham o procedimento revelaram que o sargento é conhecido por postura considerada ‘inadequada para a patente que ocupa'. Ha relatos de repetidos casos de suposto desrespeito a superiores e uso de influência política para benefício pessoal.

Informações a que o Jornal Midiamax teve acesso dão conta de que no dia em que a foi deflagrada, havia contra Ricardo apenas mandado de busca e apreensão, porém, ele acabou sendo preso por obstrução de justiça, já que teria quebrado dois celulares que seriam apreendidos como prova, além de xingar colegas de farda.

Agentes que acompanham a operação afirmam que o policial teria quebrado os celulares para eventualmente, justificar laudo forjado que afirmaria ser impossível resgatar informações dos aparelhos. Porém, perito ouvido pela equipe de reportagem revelam que os danos provocados não impedem que os dados sejam recuperados.

A prisão

Segundo apurou o Jornal Midiamax, Ricardo teria se revoltado ao ser informado por um superior de que estava detido e teria quebrado os dois celulares que usava no momento. Segundo relatos, além de destruir os equipamentos que seriam apreendidos como prova, ele xingou os colegas de farda responsáveis por cumprir o mandado de prisão.

O militar foi encaminhado para a sede da Corregedoria da Polícia Militar onde prestou depoimento.

Operação Oiketikus

No total, 21 policiais foram presos nesta quarta-feira (16) durante a operação. Em nota enviada à imprensa, o Gaeco confirmou que cumpriu 19 mandados de prisão preventiva, 1 mandado de prisão temporária e 45 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da Auditoria Militar.

A megaoperação contou com a participação de cerca 125 policiais militares e nove promotores de Justiça.Governo tira cargo de confiança de sargento que quebrou celulares ao ser preso em operação

Os mandados tiveram como alvo residências e locais de trabalhos dos investigados, distribuídos nos municípios de Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão, Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá.

Todas as cidades fazem parte da chamada ‘rota cigarreira', que integra rodovias, estradas e cabriteiras usadas para transportar cigarros produzidos no Paraguai e vendidos ilegalmente nas ruas de cidades brasileiras a preços bem menores que os oficiais, por não pagar impostos.

Dentre os policiais militares presos, estão praças e oficiais. Após a realização dos procedimentos de praxe e eventuais lavraturas de autos de prisão em flagrante pela Corregedoria da Polícia Militar, serão encaminhados ao presídio militar de Campo Grande.