Publicado no Diário da Justiça desta sexta-feira (12) deferimento a pedido formulado pela defesa do coronel Kleber Haddad Lane, réu no âmbito das investigações da máfia dos cigarreiros. Em liberdade provisória, ele cumpre recolhimento domiciliar, mas conseguiu ‘brecha’ para frequentar a Maçonaria.

O pedido da defesa era para alteração do horário de recolhimento do militar às segundas-feiras. Isso, porque o recolhimento noturno deve ser feito, originalmente, das 18 horas até 6 horas do dia seguinte. No entanto, as reuniões maçônicas acontecem das 19 horas até meia-noite.

Com isso, a Justiça deferiu o pedido, já que não constam irregularidades no cumprimento das medidas cautelares impostas. Por isso, ele deverá se recolher nos dias de reunião à partir da meia-noite.

Denúncia do Gaeco

O (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) ofereceu denúncia contra o grupo criminoso de militares que chegavam a receber propinas entre de R$ 10 mil a R$ 150 mil.

A promotoria classificou a conduta dos oficiais como sendo da mais alta gravidade, além de “ferir frontalmente o decoro da classe, o pundonor e o sentimento de dever, de maneira que se torna incompatível com a atividade policial militar”. Após a operação, deflagrada em 16 de maio de 2020, os comandos foram trocados e todos os presos afastados das funções.

Prisão de militares na Avalanche

Mandados foram cumpridos em , Coxim, Sidrolândia, , e Dourados. Todos os alvos da operação que resultou em sete prisões tinham bom trânsito político, salários mensais na faixa dos R$ 20 mil e posições de comando na Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).

Foram presos o ex-comandante do (Departamento de Operações de Fronteira) Kleber Haddad Lane, tenente-coronel Carlos da Silva, tenente-coronel Wesley Freire de Araújo, tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni, major Luiz César de Souza Herculano, tenente-coronel Jidevaldo de Souza Lima e tenente-coronel Erivaldo José Duarte.

Operação Oiketicus III

A operação Avalanche é um desdobramento da Oiketicus, com cumprimentos de mandados em várias cidades do Estado. Em Dourados, a casa do comandante do 3º batalhão local da PM também foi alvo de cumprimento de mandado de busca e os agentes saíram do local com vários documentos. O comandante foi levado para o batalhão de polícia da cidade e contra ele havia um mandado e prisão.

A primeira fase da Operação Oiketikus foi desencadeada pelo Gaeco do Ministério Público Estadual e pela Corregedoria Geral da , em 2018 e levou a prisão cerca de 29 policiais que foram denunciados por passiva e organização criminosa, por integrarem a chamada “Máfia dos Cigarreiros”.

As investigações iniciaram em abril de 2017 e apontaram que policiais militares de Mato Grosso do Sul davam suporte ao contrabando, mediante pagamento sistemático de propina, interferindo em fiscalização de caminhões de cigarros para que não ocorressem apreensões de cargas e veículos, além de adotarem outras providências voltas para o êxito do esquema criminoso. Os cigarreiros agiam associados desde o início de 2015, estruturalmente ordenados e com divisão de tarefas. As atividades eram desenvolvidas em dois grandes núcleos.