Alegando estar cansado de apanhar da polícia, foragido pede para ser preso

‘Colocaram fogo em mim’

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‘Colocaram fogo em mim’

Uma situação inusitada chegou a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) de Campo Grande, na tarde desta sexta-feira (13). Se dizendo cansado de apanhar da Polícia Militar, o foragido da Justiça Alexandre Dias Campos se entregou à Polícia Civil. Com várias lesões pelo corpo e as partes íntimas queimadas, ele precisou receber atendimento médico.

Desde o dia 20 de julho Alexandre era considerado foragido por evadir do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira. Condenado a 9 anos e 4 meses de reclusão por roubo em 2013, o suspeito cumpriu parte da pena do regime fechado, mas logo recebeu o benefício de progressão da pena e foi para o Semiaberto.

Visivelmente debilitado, o suspeito chegou a delegacia na tarde dessa sexta-feira (13) para se entregar. Para a equipe do Jornal Midiamax, o preso alegou que estava cansado de ser agredido pela Polícia Militar e por isso procurou a Polícia Civil.

Nas palavras dele, a série de torturas aconteceu na região da Vila Carlota, onde ele teria sido abordado pelos militares. “Eu não aguentava mais apanhar da polícia”, explicou.

Antes de ser colocado na viatura, o preso mostrou um corte no supercílio que, segundo ele, foi causado por uma paulada e em seguida contou que havia sido queimado nas nádegas. “Colocaram fogo em mim”, lamentou. Os braços do suspeito também tinham ferimentos e ele apresentava dificuldade para andar.

Depois de ser ouvido na delegacia, Alexandre foi levado pelos policiais para receber atendimento médico, para em seguida ser entregue a (Agepen Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). Na delegacia, o delegado responsável não falou sobre o caso, mas um boletim de ocorrência foi registrado e as informações serão investigadas.

Crime

Alexandre foi condenado por roubo qualificado cometido em Ribas do Rio Pardo, a 97 quilômetros de Campo Grande, no ano de 2009. Na data ele e outros dois adolescentes abordaram um caminhoneiro e com ameaça de uma arma de fogo, obrigaram a vítima a andar com eles por quatro quadras.

Os suspeitos então roubaram R$ 1.550 e um aparelho celular da vítima, que depois do crime foi avisada para correr sem olhar para trás. O preso foi condenado quatro anos depois por roubo qualificado, em 8 anos e 4 meses e mais um ano de reclusão por corrupção de menores. Anos depois, ganhou a progressão da pena e foi para o regime semiaberto.

Em julho, Alexandre ganhou liberdade para ir até um posto de saúde e não voltou mais. Por conta disso, teve perdeu o beneficio e foi condenado a retornar para o regime fechado, de onde estava foragido até essa sexta-feira. 

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