PM nega agressão e diz que militar deveria apenas ser multado por uso de celular

O caso aconteceu na manhã desta segunda-feira (25)

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O caso aconteceu na manhã desta segunda-feira (25)

A assessoria de comunicação da Polícia Militar negou que a servidora da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) tenha sido agredida pelo militar da Cavalaria durante a abordagem de trânsito na manhã desta segunda-feira (25). O caso aconteceu no cruzamento na da Rua Eça de Queirós com a 14 de Julho, por volta das 10 horas.

Na versão apresentada pela Polícia Militar, equipes da unidade foram acionadas para atender a ocorrência minutos depois da abordagem. No local, descobriram que a agente e o policial haviam discutido depois que a servidora teria retirado a chave da ignição da motocicleta.

Em depoimento o militar detalhou que foi abordado pela agente e que sua colega pediu os documentos. Ele então teria se identificado como cabo da Cavalaria da Polícia Militar e ainda alegado que estava de serviço, com o veículo oficial do Estado. Neste momento a servidora se aproximou gritando e retirou a chave da motocicleta, afirmando que ele estava falando no celular e que a placa da moto, uma Honda Tornado, estava ilegível.

O policial pegou a chave da mão da mulher e os dois iniciaram uma discussão. Segundo a Polícia Militar, mesmo com a briga, a servidora não foi agredida em momento nenhum. Para o órgão, ainda que o militar não estivesse com os documentos ele não fugiria e aguardaria alguém levar para ele.

De acordo com a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul), em casos como esse cabe a agente de trânsito multar o policial pelo uso do celular e liberá-lo, mesmo sem documento, já que ele estava em serviço, com veículo oficial e se identificou como militar.

Como o controle de uso dos veículos é rigoroso, o policial que usou no dia e hora da multa iria pagar o valor estipulado e dependendo da infração responderia internamente na instituição.

A assessoria de comunicação da secretaria também informou para a equipe do Jornal Midiamax que veículos descaracterizados são usados em serviços de inteligência ou mesmo administrativos e em sua maioria possuem as placas vinculadas a outros números. “Isso vem especificado no documento de cada viatura”.  

Quando a manutenção do veículo, que estava com parte da placa apagada, a Sejusp destacou que a unidade responsável pela motocicleta precisa informar sobre a necessidade de reparo, para a ordem de sérvio ser cumprida.

Caso

Segundo informações de testemunhas, a agente, identificada como Andressa Oliveira, fazia organização de trânsito com uma colega de serviço quando teria visto o motociclista falando ao celular, com o aparelho preso dentro do capacete e com o final da placa da moto, uma Tornado preta, ilegível.

Em abordagem, o motociclista então teria se apresentado como cabo da Polícia Militar, da Cavalaria, mas não estava fardado e a motocicleta também estava descaracterizada. Ele estaria sem a documentação do veículo, então a agente apreendeu a moto, até que ele apresentasse os documentos. Neste momento, o policial teria se exaltado, puxando a agente de trânsito pelo braço, avançando sobre ela e pegando as chaves da motocicleta.

Conforme relato de testemunhas ao Jornal Midiamax, o policial ainda teria dito para a agente: “Quem é você?”, ofendendo o serviço feito pela vítima com palavras de baixo calão e ainda caçoando, dizendo que os agentes de trânsito “nem arma têm”. Um outro homem, que se identificou como major da PM, também chegou ao local e teria ameaçado prender a agente caso ela não liberasse o veículo.

Todos os envolvidos foram até a Depac Centro, onde o caso foi registrado em boletim de ocorrência.