VÍDEO: Batalhão de Choque segue para desocupação de áreas em Antônio João

Equipes da Capital se deslocam para o município

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Equipes da Capital se deslocam para o município

Na manhã desta terça-feira (20), equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Campo Grande se deslocaram para Antônio João, distante 402 quilômetros da Capital. Aproximadamente 100 militares saíram a caminho das fazendas do município, onde haverá reintegração de posse das fazendas ocupadas por indígenas.

De acordo com o CPE (Comando de Polícia Especializada), a operação é comandada pela Polícia Federal e, a partir de determinação judicial, devem apoiar na reintegração equipes da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Estadual, Exército e Força Nacional. Ainda conforme informações, nesta terça-feira os militares vão montar o gabinete de comando, sobrevoar a região e fazer o planejamento da operação.

Conforme informações do BPChoque, serão avaliados fatores como o número de indígenas que ocupam a região, quais são as fazendas que ainda estão ocupadas e, na manhã de quarta-feira (21), deve ter início a desocupação. Um militar ainda informou ao Jornal Midiamax que acredita que poderá haver conflito entre a Tropa de Choque e os indígenas, pois eles se recusam a sair do local.

As equipes do Choque saíram da Capital em caminhões do Exército e as equipes têm até sábado (24) para desocuparem as fazendas.

Reintegração

O presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), desembargador federal Fábio Prieto de Souza, negou o pedido da Funai (Fundação Nacional do Índio) e manteve liminar da 1ª Vara Federal de Ponta Porã, que determina a desocupação de áreas ocupadas por indígenas em Antônio João, região sudoeste do Estado.

A decisão considerou que, ao ocuparem mais de 300 hectares da área rural, os indígenas de etnia Guarani e Kaiowa descumpriram acordo judicial feito em 2006, que previa a permanência da comunidade indígena em área de até 30 hectares. A partir daí, a Funai recorreu da liminar, alegando que os indígenas não estão dispostos a deixar a área e pretendem resistir até a morte.

A Funai alegou ainda que, em 28 de março de 2005, o Presidente da República homologou, por meio de decreto, a demarcação da terra indígena. No entanto, o desembargador explica que o STF concedeu liminar no Mandado de Segurança 25.463, para suspender o decreto. “A questão da demarcação ainda está pendente de exame no Poder Judiciário. Este fato, contudo, não autoriza a ocupação de outras áreas, além daquelas já atribuídas aos indígenas, por meio de acordo, no limite de 30 hectares”, concluiu o presidente do TRF3.

Antônio João

A área reivindicada pelos indígenas, de 9.300 hectares, é chamada de terra indígena Nhanderu Marangatu, e chegou a ser homologada em junho de 2005, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, à época, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim, anulou o ato, a pedido dos fazendeiros.

O município já foi palco de vários conflitos entre índios e fazendeiros, principalmente no início dos anos 2000, mas os confrontos começaram bem antes. Em 1983, o líder guarani Marçal de Souza Tupã’Y foi assassinado próximo à Aldeia Campestre.

Conteúdos relacionados