Caso Erlon: Na última audiência, envolvido culpa empresa por placa irregular

Réu que teria fornceido placa para ‘esquentar’ carro roubado, atribuiu confecção à credenciada do Detran

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Réu que teria fornceido placa para ‘esquentar’ carro roubado, atribuiu confecção à credenciada do Detran

Foi realizada nesta quinta-feira (5), a segunda e última audiência sobre o latrocínio que vitimou o empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, em abril do ano passado. A audiência durou cerca de três horas e foram ouvidas duas testemunhas de acusação dos quatro réus e sete testemunhas de defesa. Um dos acusados é Luis Fernando Flores Valenzuela, de 27 anos, que seria o fornecedor de placa de veículo original à quadrilha, para que eles ‘esquentassem’ o carro roubado.

De acordo com o advogado da família de Erlon, Oton Nasser, durante o interrogatório dos réus, Valenzuela atribuiu a responsabilidade da placa do carro irregular à empresa em que trabalhava, a Íons, que era credenciada pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para confecção de placas.

“O depoimento dele foi breve. Ele disse: Eu não tenho como fazer placas. Quem faz placa ilícita é a empresa. Isso que ele disse”, explicou o advogado. Ainda conforme Nasser, a família move uma ação civil contra o Detran e a Íons.

O juiz ouviu as testemunhas e os quatro réus, Luis Fernando, Thiago Henrique Ribeiro, Jeferson dos Santos Souza e Rafael Diogo. Durante a oitiva das testemunhas, o advogado de Rafael pediu que a adolescente envolvida no crime fosse convocada para depor, mas o juiz indeferiu o pedido.

Segundo a advogada de Thiago, Elayne Cristina da Silva Moura e também segundo o advogado da família de Erlon, durante os depoimentos, Thiago procurou assumir a culpa pelo crime junto com a adolescente e inocentar Jeferson e Rafael, que estariam ligados diretamente à execução. Unanimidade também entre os dois advogados, é a expectativa é de que Thiago receba a pena máxima para os crimes de latrocínio, ocultação de cadáver e associação criminosa.

As duas testemunhas de acusação ouvidas foram delegada Maria de Lourdes Cano, que conduziu a investigação sobre a morte de Erlon e um policial militar que quase foi vítima da quadrilha. Ele preferiu não falar com a imprensa, mas consta nas investigações, que o policial também foi atraído pelos criminosos por meio de um anúncio de venda de carro na internet. O militar chegou a ir até a casa dos criminosos e entrou na residência. Ele foi embora e os criminosos foram atrás de uma segunda vítima, no caso, o empresário.

Após a audiência, a delegada Maria de Lourdes explicou falou sobre as investigações e sobre os acusados. A respeito de Thiago, que seria quem atirou em Erlon, ela conta que o acusado é uma pessoa fria e que não contribuiu de imediato com as investigações, após ser preso. “Ele demorou a esclarecer os fatos. São todas pessoas frias, ligadas ao crime e por isso descobriu-se que ele estava envolvido em outro crime”.

O Ministério Público tem cinco dias para apresentar as alegações finais e depois, a defesa dos acusados tem até dez dias para apresentar as alegações. Depois, o juiz tem prazo de dez dias para dar a sentença.  

Latrocínio

De acordo com as investigações da Polícia Civil, os envolvidos diretamente na morte do empresário são Thiago Henrique Ribeiro, de 21 anos, Jeferson dos Santos Souza, de 21 anos, Rafael Diogo, conhecido como “Tartaruga”, de 21 anos e uma adolescente de 17 anos.

Também foi apurada a participação do funileiro Athaíde Pereira, de 50 anos, que pintou o carro e disse que não sabia que o veículo era roubado.

Na época do crime, a delegada responsável pelo caso indiciou Thiago, Rafael e a adolescente de 17 anos por roubo qualificado pela morte da vítima, concurso de pessoa, pelo emprego de arma de fogo, restrição da liberdade da vítima, associação criminosa armada e ocultação de cadáver. Os dois homens ainda irão responder por corrupção de menores e as penas podem chegar até 50 anos de prisão.

Jefferson que emprestou a arma para Thiago, foi indiciado pelo crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido e associação criminosa, posteriormente, o MPE (Ministério Público Estadual) entendeu que ele participou do crime como coautor. 

O empresário foi atraído pela quadrilha no dia 1ª de abril por meio de um anúncio da internet, onde ele havia oferecido um Golf, de cor prata. A vítima se encontrou com um dos suspeitos próximo a uma fábrica de refrigerantes, que fica na saída para São Paulo. O criminoso convenceu o empresário de ir até o bairro São Jorge da Lagoa – área sudoeste da Capital, para mostrar o carro a uma tia, que seria a nova proprietária.

Conteúdos relacionados