‘Se a polícia chamar, falo’, diz ex-babá do menino Bernardo

A diarista Elaine Raber, 47 anos, confirmou que o menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, sofreu uma tentativa de asfixia pela madrasta, Graciele Ugulini, 32 anos, em 2012. A avó materna do garoto, Jussara Marlene Uglione, 73 anos, fez reclamações formais, por meio de seu advogado, Marlon Adriano Balbon, ao Conselho Tutelar e Ministério Público […]

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A diarista Elaine Raber, 47 anos, confirmou que o menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, sofreu uma tentativa de asfixia pela madrasta, Graciele Ugulini, 32 anos, em 2012. A avó materna do garoto, Jussara Marlene Uglione, 73 anos, fez reclamações formais, por meio de seu advogado, Marlon Adriano Balbon, ao Conselho Tutelar e Ministério Público (MP) de Três Passos (RS), no fim de 2013, nas quais relatou que ele estaria correndo risco de morte. O Ministério Público confirmou que os documentos foram enviados, mas disse que as pessoas apontadas pelo advogado como testemunhas de fatos relatados negaram a autenticidade das denúncias. “Eu tinha medo, não sabia que o Bernardo estava morto. Eles são poderosos na cidade, a gente fica com um pé atrás. Hoje eu sei que o Bernardo está morto, que não vai mais vir. Hoje, se a polícia chamar, eu falo. Ele falou uma vez que ela bateu nele de vassoura. A gente é pobre, quando vai lidar com pessoas assim é complicado”, afirmou a ex-babá de Bernardo em entrevista ao jornal Zero Hora.

O pai, o médico Leandro Boldrini, e a madrasta de Bernardo foram presos suspeitos de o terem matado. Uma amiga de Graciele, a assistente social Edelvânia Wirganivicz, também está detida por envolvimento no crime. O garoto foi encontrado morto em uma cova no interior de Frederico Westphalen, no noroeste do RS, na última segunda-feira, depois de estar desaparecido há 10 dias. A ex-babá falou sobre a vida de Bernardo antes da chegada da madrasta. “A mãe dele (Odilaine, que teria cometido suicídio em 2010) nunca o maltratou. Às vezes o repreendia, mas cuidava dele, participava da sua vida, ia às reuniões da escola, levava o menino para os lugares, comprava roupas. Era muito presente. O doutor (Leandro) era bem presente, brincava, dava atenção a ele. Nesse sentido, eu não posso mentir”, informou.

Segundo Elaine, a mudança do médico no tratamento com a criança ocorreu após a chegada de Graciele. “Eu não consigo entender como o doutor se transformou nesse monstro, deve ser influência dessa mulher que está com ele. O doutor mudou radicalmente, no tempo que eu trabalhava lá ele cuidava do Bernardo. Foi essa mulher entrar na vida dele, que ele se transformou nesse homem. Eu não consigo acreditar nisso”, disse, ressaltando que o menino contava que era maltratado pela madrasta. “Ele se queixou que ela deixava ele para fora de casa, só podia entrar quando o pai chegava, encontrava ele mal vestido indo para a aula de manhã”, completou.