Irmãos que obrigaram adolescentes a fazer sexo se apresentam à polícia

Eles seriam os donos da casa onde os adolescentes foram mantidos em cárcere privado, agredidos e logo em seguida teria ocorrido sexo oral.

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Eles seriam os donos da casa onde os adolescentes foram mantidos em cárcere privado, agredidos e logo em seguida teria ocorrido sexo oral.

Dois dos cinco torturadores que obrigaram dois adolescentes de 13 e 16 anos a fazer sexo, se apresentaram na 5ª Delegacia de Polícia na noite de ontem (13) para prestar depoimento. Um terceiro do bando foi preso na última terça, outro está foragido e um adolescente que filmou a cena responderá pelo crime em liberdade.

Não bastasse o vídeo que mostra os adolescentes sendo obrigados a fazer sexo oral, após serem espancados, mantidos em cárcere privado, a mãe de um deles ainda foi extorquida a entregar R$ 400 para os autores, sob a acusação de um furto de celular que o filho não cometeu.

Todos os detalhes foram descobertos pela 5ª delegacia de polícia, que investiga o crime desde que o vídeo foi repassado a diversos moradores do bairro Aero Rancho e também na internet, no dia 15 de novembro.

”Com o depoimento das vítimas, um adolescente de 16 anos e outro de 13 anos, pudemos identificar os autores. Eles foram obrigados a praticar o sexo mediante grave ameaça, inclusive com uma faca no pescoço em um deles”, afirma o delegado Fernando Nogueira, responsável pelas investigações.

Segundo o delegado Nogueira, um dos autores, identificado como Jeferson Matos Santos, 22 anos, foi preso na última terça-feira (11). Já os irmãos Márcio Roberto Barrios Sales de Souza, 24 anos, vulgo ‘Beto’ e Remair Barrios Sales Lopes, 20 anos, se apresentaram na noite de ontem (13), na 5ª delegacia de polícia.

As investigações apontam que o trio foi responsável pela agressão, acompanhado de um quarto elemento, de nome Igor, que ainda não foi preso. E toda a cena teria sido gravada por um adolescente de 16 anos, que já foi ouvido e responderá pelo crime em liberdade.

“A lei 12.015/09 é clara e transformou os crimes contra a dignidade sexual como estupro. Todos eles vão responder por tortura, estupro, cárcere privado e formação de quadrilha”, explicou o delegado Nogueira. Nenhum deles possuía passagem pela polícia.

Acusação de furto

Toda a história teria sido motivada pelo furto de objetos que estariam na casa dos irmãos Márcio e Remair. “Lá estava acontecendo uma festa, regada a bebida alcoólica e drogas, com a presença das vítimas inclusive. Em certo momento, os autores saíram para comprar mais cerveja e quando retornaram disseram ‘sentir falta’ de um cordão de ouro, uma capa de chuva, um brinco e um celular”, relatou o delegado.

Os adolescentes, que estavam acompanhados de um garoto com o apelido de ‘Franguinho’, já tinham ido embora. Os autores, desconfiados, chamaram eles de volta, porém apenas o ‘Franguinho’ voltou ao local. Os irmãos então acreditaram ser os adolescentes os ladrões e começaram a persegui-los.

No outro dia, por volta das 10h, eles levaram os adolescentes para a casa. Lá eles foram agredidos, ameaçados de morte e torturados. Pouco tempo depois, eles ligaram para a mãe do adolescente de 13 anos e a obrigaram a dar dinheiro a eles.

Os jovens passaram na casa dela, pegaram o dinheiro e então levaram os adolescentes para um local ermo. Lá eles foram obrigados a praticar o sexo oral. “Eles serão julgados por todos os crimes. Só a pena de estupro varia de cinco a 15 anos de reclusão”, comentou o delegado Nogueira.

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