Míssil guiado russo atingiu socorristas americanos na Ucrânia, diz ‘NYT’

Uma gravação feita no dia 2 de fevereiro na cidade ucraniana de Bakhmut, uma das principais frentes de combate no leste do país, filmou o momento exato em que uma equipe de socorristas voluntários foi atingida por um míssil, momentos depois de o grupo chegar ao local para atender civis feridos durante o combate entre […]

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Kiev, capital da Ucrânia. (Imagem: Reprodução)

Uma gravação feita no dia 2 de fevereiro na cidade ucraniana de Bakhmut, uma das principais frentes de combate no leste do país, filmou o momento exato em que uma equipe de socorristas voluntários foi atingida por um míssil, momentos depois de o grupo chegar ao local para atender civis feridos durante o combate entre tropas russas e ucranianas.

O vídeo, filmado em um smartphone por Erko Laidinen, um voluntário estoniano de uma organização chamada Frontline Medics, foi compartilhado com o The New York Times e mostra o paramédico Peter Reed, ex-fuzileiro naval dos EUA voluntário na Ucrânia, e um grupo de trabalhadores humanitários em pé ao lado de uma van branca, que eles estavam usando para transportar suprimentos humanitários. Um míssil voando paralelo ao solo atinge diretamente a van, destruindo-a e matando Reed.

Inicialmente, organizações e autoridades presentes na Ucrânia acreditavam que o paramédico americano havia sido morto em um bombardeio indiscriminado russo no território em disputa, uma vez que a equipe médica estava atendendo alguns dos poucos civis que permanecem na cidade. Contudo, a análise produzida pelo The New York Times sugere o contrário.

De acordo com a publicação americana, o explosivo utilizado parece se tratar de um míssil guiado antitanque Kornet, que tem um alcance de cerca de cinco quilômetros e funciona com uma mira a laser. Ele teria sido disparado por tropas russas, uma vez que a equipe médica estava em uma posição elevada perto da linha de frente russa. Especialistas ouvidos pelo jornal disseram que o tipo de arma usada deveria ter permitido ao ofensor identificar o alvo.

Em contrapartida, o NYT pondera que, pelas imagens disponíveis, não é possível ver se a van que foi bombardeada possuía alguma marcação informando que transportava uma equipe de socorristas – e pelo menos um dos integrantes da equipe vestia uma roupa camuflada, como a utilizada por militares.

Guerra de atrito

Prestes a completar um ano de combates ativos, desde que Vladimir Putin autorizou a invasão da Ucrânia por tropas que se concentravam perto da fronteira e em Belarus, o conflito no Leste Europeu continua indefinido sem previsão de fim.

O leste do país é, a exemplo dos primeiros momentos da guerra, o local onde os combates seguem mais ativos, após uma série de ofensivas e contraofensivas. No domingo, dia 12, o chefe do grupo paramilitar russo Wagner disse que suas tropas assumiram o controle da comuna ucraniana de Krasna Hora, alguns quilômetros ao norte de Bakhmut, cidade que Moscou tenta conquistar há vários meses.

As forças ucranianas vem resistindo como podem, após a contraofensiva iniciada em setembro do ano passado. O custo da resistência, no entanto, começa a pesar para os aliados ocidentais. Na segunda-feira, 13, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, alertou que o volume de munição gasto pelo país é superior à atual capacidade de produção da aliança militar. “Isto coloca nossas indústrias de defesa sob pressão”, disse.

Kiev também continua dependente da aliança ocidental para obter tecnologia de ponta para combater na linha de frente. A última inovação liberada foram os tanques de guerra de fabricação alemã, britânica e americana, que ainda não estão disponíveis no campo de batalha.

Apesar disso, os preparativos já começaram. Mais de 100 soldados ucranianos participam de um curso de formação sobre os tanques Leopard na Polônia, ministrado por instrutores noruegueses, canadenses e poloneses. Junto de seus aliados, Berlim prevê fornecer à Ucrânia um primeiro batalhão de tanques pesados para abril, declarou o ministro de Defesa, Boris Pistorius, na semana passada. (Com agências internacionais).

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