Presidente envolvido com Odebrecht renunciou nesta quarta
O Congresso Nacional do Peru irá discutir nesta quinta-feira (22) se irá aceitar a renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski, o PPK, em um cenário de incerteza apenas três semanas antes da Cúpula das Américas na capital do país, Lima.
Apesar dos debates se iniciarem nesta quinta, um dia após PPK anunciar a renúncia, só na sexta-feira (23) é que os parlamentares devem votar se irão aceitar a renúncia ou não.
Kuczynski, que assumiu a presidência há mais de um ano e meio, renunciou nesta quarta-feira (21) devido às denúncias de que teria envolvimento com a empreiteira brasileira Odebrecht, afim de se manter no poder.
Há três meses, o presidente foi alvo de uma tentativa de impeachment. Porém, a destituição não deu certo graças ao apoio de uma dezena de parlamentares da oposição, liderados por Kenji Fujimori.
O motivo do apoio repentino dos opositores permanecia um mistério até esta quarta-feira, quando um vídeo de Kenji Fujimori comprando os parlamentares em troca de obras públicas em seus distritos foi divulgado pela imprensa.
O apoio de Kenji ao PPK custou sua expulsão do partido majoritário no Congresso – e também a renúncia de Kuczynski. As obras seriam executadas pela Odebrecht, que teria investido milhões na campanha do peruano.
O envolvimento do presidente com a Odebrecht entretanto é anterior à sua eleição. A construtora admite ter feito contribuições aos presidentes peruanos entre 2006 e 2011, incluindo Kuczynski e Keiko Fujimori, irmão de Kenji.
Apesar de ter sido vista com calma entre o povo peruano, a renúncia do PPK ocorre num momento de grande tensão política no Peru, que receberá a reunião da Cúpula das Américas entre os dias 13 e 14 de abril, com a presença de mais de 30 governantes de países do norte e sul da América.