Estado Islâmico ignora ultimato de forças curdo-árabes para deixar reduto sírio
A área ocupada é estratégica para o país
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A área ocupada é estratégica para o país
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) ignorou nesta sábado (23) o fim do prazo de 48 horas que foi dado pelas forças curdo-árabes para que abandonem a localidade síria de Manbij, área estratégica no norte do país.
“O período de 48 horas acabou e os extremistas não responderam esta oferta de retirada”, indicou à AFP um comandante do Conselho Militar de Manbij sob anonimato.
Os combatentes do EI atacaram, pelo contrário, as posições das Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança militar curdo-árabe apoiada por Washington, afirmou esse responsável.
Essa fonte militar afirmou que o EI “já não terá mais oportunidades como esta” para fugir.
Manbij é um ponto-chave no eixo que permite o EI abastecer-se na Turquia.
Um comandante das FDS dentro Manbij confirmou à AFP que neste sábado os combates continuavam, principalmente “próximo dos edifícios de Segurança no centro”.
A coalizão internacional dirigida pelos Estados Unidos bombardeou posições do EI, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
A coalizão afirmou que na sexta-feira (22) realizou nove ataque perto de Manbij.
“O EI resiste ferozmente às tentativas da FDS de ingressar até o interior da cidade e coloca crianças na linha de frente, apesar do fim do ultimato”, afirmou o direto do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
O comandante do Conselho Militar de Manbij, que integra as FDS, assegurou que suas forças vão “intensificar” seus ataques contra o EI e tentarão criar “vias de evacuação seguras” para que os civis saiam de Manbij.
“Escudos humanos”
As forças curdo-árabes afirmaram na quinta-feira (21) que lançaram seu ultimato de 48 horas para salvar o máximo de civis ainda presentes no local.
Este anúncio aconteceu dois dias depois dos ataques aéreos da coalizão internacional que acabou com a vida de 50 civis próximo a Manbij, segundo o balanço da OSDH.
Indignada, a oposição síria pediu à coalizão que suspendesse seus bombardeios na Síria para poder abrir uma investigação, exigida também por militares e ONGs.
O porta-voz da coalizão internacional, o coronel Chris Garver, afirmou na sexta-feira que o EI “utiliza civis como escudos humanos e como armadilhas” em Manbij para provocar os ataques das forças curdo-árabes.
O coronel explicou mediante vídeo-conferência em Bagdá que a coalizão recebeu, após os ataques de terça-feira (19), “informações (…) segundo as quais talvez houvesse civis misturados com os combatentes do EI”.
A primeira fase da investigação da coalizão terminará “dentro de uma semana e meia”, disse.
Garver indicou igualmente que a resistência dos extremistas era mais intensa em Manbij que as recentes campanhas para desalojar o EI das cidades iraquianas de Ramadi e Fallujah.
A resistência extremista cresce à medida que as FDS se aproximam do centro da cidade, “algo bastante diferente do que havíamos visto em Ramadi e Fallujah” disse o coronel. “É uma luta como não havíamos visto antes”, acrescentou.
O OSDH indicou neste sábado, por sua vez, que as forças rebeldes em Aleppo conseguiram detonar uma carga explosiva em um túnel cavado sob um edifício que abrigava soldados e combatentes pró-regime, resultando em 38 mortos.
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