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Policial americano acusado de matar 2 suspeitos negros é absolvido

Perseguição terminou após o disparo de 137 tiros por 13 policiais
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Perseguição terminou após o disparo de 137 tiros por 13 policiais

O policial norte-americano Michael Brelo, de 31 anos, foi absolvido neste sábado (23) da acusação de matar dois suspeitos negros desarmados em Cleveland, nos Estados Unidos, em 2012.

As duas pessoas mortas foram Malissa Williams e Timothy Russell. Brelo, um ex-fuzileiro naval, é branco.

A morte de suspeitos negros em ações de policiais brancos têm gerado uma série de protestos – muitos deles violentos – no país desde agosto, quando o jovem negro Michael Brown foi morto por um policial branco na cidade de Ferguson. Episódios semelhantes ocorreram em outras cidades dos EUA. Os manifestantes denunciam o uso excessivo de força nos procedimentos contra suspeitos e alegam preconceitos raciais por parte dos agentes.

O juiz que analisou o caso de Breno, John O’Donnell, disse que o policial agiu razoalmente quando atirou nos suspeitos em cima do capô do seu carro, disparando através do pára-brisa, quando eles já estavam cercados.

Antes do cerco aos suspeitos, uma perseguição policial, que começou no centro de Cleveland após relatos de tiros vindos do veículo em que o homem e a mulher se encontravam, se estendeu por várias cidades, com velocidades que chegaram a 145 km/h, e terminou após o disparo de 137 tiros por 13 policiais.

Russell foi atingido por 24 tiros e Malissa por 23. Nenhuma arma foi encontrada no carro ou ao longo do trajeto percorrido, e especialistas forenses testemunharam que o carro, fabricado em 1979, estava sujeito a produzir disparos pelo escapamento.

“Brelo estava agindo em condições difíceis até mesmo para funcionários experientes”, disse o juiz ao dar a sentença.

“A acusação neste caso não poupou e foi de fato implacável. Foi um caso clássico de David vs Golias”, disse o advogado de Brelo, Patrick D’Angelo.

Outros cinco supervisores policiais foram indicados por contravenção e abandono do dever e o julgamento está programado para julho. Ao todo, 64 oficiais foram punidos.

A prefeitura de Cleveland pagou US$ 1,5 milhão de dólares a cada uma das famílias das vítimas para encerrar um processo por morte indevida.

Brelo, que renunciou ao seu direito a um julgamento com júri, poderia ter enfrentado de 3 a 11 anos de prisão se fosse condenado.

O julgamento, iniciado em 6 de abril, ocorreu em meio a um clima de forte criticismo contra os agentes de segurança pública dos EUA, devido ao uso de força letal contra grupos minoritários.

Veredito provoca protesto
O veredito provocou um protesto pacífico que se concentrou em frente ao tribunal de Cleveland. Manifestantes gritarvam “não há justiça, não há paz”, enquanto policiais da tropa de choque monitoravam a situação. Os manifestantes simularam um velório e fizeram procissão pelas ruas próximas ao local. Também houve uma forte reação contrária ao veredito em redes sociais.

O caso de Brelo foi examinado em seguida a uma série de mortes de homens negros desarmados em confrontos com policiais brancos, em vários estados norte-americanos.

Na última quinta-feira (21), um policial de Olympia, no estado de Washington, atirou e feriu dois homens negros desarmados suspeitos de tentar roubar cerveja de um supermercado local. Depois que a notícia do incidente se espalhou, vários protestos pequenos tomaram conta de Olympia, uma cidade de cerca de 48 mil habitantes onde apenas 2% da população é negra, de acordo com dados do Censo dos EUA.

Em Baltimore quase 500 pessoas foram presas e mais de 100 policiais ficaram feridos desde o início dos protestos na cidade, em 23 de abril, segundo a polícia local. As manifestações começaram após a morte de Freddie Gray, um jovem negro de 25 anos que foi ferido enquanto estava sob custódia policial.

Em fevereiro deste ano, a cidade de Pasco, no estado de Washington, viveu um clima de tensão reprimida, após a morte de um cidadão mexicano a tiros durante ação policial. Policiais locais dispararam várias vezes contra Antonio Zambrano, um morador de rua de 35 anos. Segundo a versão oficial, ele estava atirando pedras nos agentes.

Os Estados Unidos tiveram períodos de tensão quando grandes cidades do país Nova York, Chicago, Miami, Washington e Ferguson foram palcos de protestos após uma série de casos de cidadãos negros mortos por policiais em circunstâncias que ainda não fora totalmente esclarecidas.

Em novembro de 2014, a cidade de Fergunson, no estado de Missouri, teve vários dias de tensão por causa de protestos pela morte de Michael Brown.

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