Maduro diz que Bogotá tem plano para matá-lo

O presidente venezuelano faz de tudo para desviar as atenções da grave crise econômica que assola sua população

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O presidente venezuelano faz de tudo para desviar as atenções da grave crise econômica que assola sua população

Em meio a uma crise diplomática com a Colômbia, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ‘contribui’ para a distensão afirmando que o país vizinho tem um plano para “assassiná-lo” e que mostrará provas disso em breve. “Estão nos agredindo desde Bogotá. Eu tenho prova, e vou mostrar, de que Bogotá está fazendo uma campanha para me matar, lamentavelmente, com a anuência e a vista grossa do governo da Colômbia”, disse Maduro na noite desta segunda-feira.

Segundo o presidente venezuelano, será preciso fazer “com que as crianças não vejam” os documentos porque eles são “brutais”. Para ele, o presidente colombiano Juan Manuel Santos está sendo “insensato” ao se deixar levar por seus assessores. Maduro destacou ainda que é preciso que as entidades internacionais ajudem os países para dar assistência humanitária aos refugiados “que passam de 800.000”, de acordo com os dados dos venezuelanos – pouquíssimos confiáveis.

A acusação de Maduro tem como foco a crise na fronteira entre as duas nações, que já provocou a deportação de mais de mil colombianos do território venezuelano e a fuga de quase 10.000 moradores das regiões fronteiriças. Em ano de eleições legislativas e atrás nas pesquisas, Maduro ampliou seu discurso e suas ações nacionalistas para tentar criar “fatos positivos” em um cenário catastrófico, com gravíssima crise econômica e violência fora de controle.

OEA rejeita proposta – A Organização dos Estados Americanos (OEA) rejeitou fazer uma reunião entre os chanceleres do bloco sobre a crise na fronteira entre as duas nações. Por dezessete votos a favor – um a menos do que o necessário -, quatro contra e onze abstenções o pedido foi rejeitado. Lamentavelmente, o Brasil manteve seu histórico de apoio ao governo venezuelano e foi um dos países que se absteve na votação e contribuiu para impedir a reunião.

A Colômbia queria uma “ação rápida” da entidade para tentar resolver a crise política e humanitária na região de Táchira. A Venezuela fechou a fronteira com a Colômbia acusando o país vizinho de fazer vista grossa para traficantes e contrabandistas. Maduro também decretou estado de exceção na região – medida que o permitiu expulsar muitos colombianos que viviam na Venezuela. Muitas das pessoas expulsas estavam na Venezuela há anos e legalmente. Houve também reclamações de pessoas que foram expulsas com a “roupa do corpo”, sem poder pegar suas coisas.

 

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