Cris Souza levou a música às telas e Campo Grande para o mundo

Cristina Cibele Souza é pedagoga e recém formada em Artes Visuais. Tímida à primeira vista, a artista conta que a mãe pintava vidros e pai fotógrafo, desde criança era familiarizada com a arte.

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Imagem ilustrativa

Chegando na casa ao lado do Aeroporto Internacional na qual combinamos nosso encontro, uma mulher de cabelos pretos e vestido azul esperava no portão com um sorriso no rosto. Após os devidos cumprimentos, adentrei a residência e logo percebi que não se tratava de uma casa comum: as paredes tinham quadros que enfeitavam todos os cômodos, alguns pendurados, outros escorados, de tamanhos diversos e coloridos, pequenos como um livro e grandes como uma porta. Instrumentos adornavam tanto a casa quantos as obras. Na parede, uma colorida clave de sol. Sentamos e começamos nossa conversa.

Cristina Cibele de Souza é pedagoga e recém formada em Artes Visuais. Tímida à primeira vista, a artista conta que a mãe pintava vidros e pai fotógrafo, desde criança era familiarizada com a arte. Quando criança, vendia bichinhos de gesso na escola. Apaixonada por violinos, por causa do irmão que tocava na igreja, começou a desenhar em cartolinas reproduções do instrumentos pintadas a lápis e tinta de tecido.

Mais cor à vida

Autodidata, se arriscou a pintar sua primeira tela, aventura que não ousara até então por achar ser muito difícil e pelas aulas da técnica serem muito caras. A primeira foi feita em 2015 para um professor de música, que também era instrumentista, e depois de um então namorado comprar os materiais necessários, se tornou um presente.

Mas a arte na vida de Cibele não era uma prioridade até então. Desanimada, não se via como artista e a vida pessoal a trazia a uma situação emocional que a levou a perder a vontade de viver. Seu destino mudou quando encontrou a também artista plástica e membro da FEBACLA (Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes), Karla Mattos, que a incentivou a acreditar em si mesma e deu uma esperança nova de viver.

Paris, Lisboa e Rio

Livre das obrigações que a impediam de viver seu sonho, começou a se dedicar à pintura. Fez sua segunda Licenciatura em Artes Visuais (a primeira em Pedagogia por obrigação) e fez sua primeira exposição aqui em Campo Grande na I Mostra de Artes SUD, em março de 2017. Através da internet, suas telas foram encontradas por Lisandra Miguel, Assessora Artística e Artista Plástica, que levou suas telas para o mundo.

As obras, inspiradas em outros artistas como Romero Brito, e trazem frases escondidas para que o observador se desafie durante a vernissage, forma à Paris na França, à Lisboa em Portugal e ao Rio de Janeiro. Por falta de recursos financeiros e estar se dedicando aos estudos, não pôde acompanhar as criações nas viagens pela Europa.

“Ainda não caiu minha ficha. Faz pouco tempo. A Karla que me falou que eu era artista autodidata, cujo termo eu nem conhecia, que era diferente e que deveria investir nisso. É meio difícil para quem está começando, principalmente no nosso estado. Então ir para fora do país e começar a ser conhecida, já é uma esperança de crescer. É indescritível”.

Inspiração que vem do Fá e da Fé

De volta à casa, mostra seu ateliê secreto cuja porta é escondida por um quadro de 1,90m pintado por Cibele. Lá dentro, a artista, além de pintar seus quadros, faz roupas, reformas de instrumentos e lembranças. “Quando crio gosto de estar sozinha, calma e tranquila. Às vezes crio no meu quarto e chego a virar madrugadas ouvindo música e pintando. Minha mãe acorda de manhã e eu nem cheguei a dormir”, frisa.

Cris Souza levou a música às telas e Campo Grande para o mundo
O quadro de quase 1,90m esconde a entrada para o ateliê da artista. (Foto: Marcos Ermínio)

A artista acredita que todo artista coloca um pouco do que acredita em suas obras. No seu caso, a fé e Deus a norteiam para que a sua tela leve alegria para onde vai, em agradecimento. O próximo passo que vê a sua frente é dar aulas de arte. Mais obras da artista podem ser vistas pelo Instagram @cibeleds23 ou na Exposição Belezas do Cerrado, na Grolli Galeria, localizada na Rua 26 de agosto, 210, até 12 de janeiro.

“Antes de pintar, eu não tinha vontade de viver e até pedi a Deus para me levar. Nunca pensei em suicídio porque sirvo a Deus, mas entendo agora as pessoas que pensam. Agora sou apaixonada pelo que faço. Me reencontrei”, finalizou a artista que além do autodidatismo encontrou a autocura.

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